Mais de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão ou problemas mentais, segundo as últimas cifras da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicadas por ocasião do Dia Mundial da Saúde Mental, que será celebrado nesta quarta-feira.
Segundo estimativas da OMS, a depressão é comum em todas as regiões do mundo. Um estudo realizado com o apoio da OMS mostra que em torno de 5% de pessoas sofreram com a depressão no último ano.
"As mulheres são mais propensas a sofrer com a depressão do que os homens", explicou Shekhar Saxena, diretor do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias Psicoativas da OMS.
Assim, o número de mulheres afetadas pela depressão é 50% mais elevado que o dos homens, explicou ainda.
Esta maior prevalência nas mulheres se deve principalmente à depressão pós-parto que afeta até uma em cada cinco.
A depressão, segundo a OMS, é diferente das mudanças de humor mais comuns. Ela se manifesta por um sentimento de tristeza que dura, ao menos, duas semanas, e que impede a pessoa de levar uma vida normal.
É fruto da interação de fatores sociais, psicológicos e biológicos. Em muitas ocasiões, está relacionada com a saúde física. Uma doença cardiovascular pode, por exemplo, desencadear a depressão no enfermo.
Além disso, em circunstâncias particulares, como as dificuldades econômicas, o desemprego, as catástrofes naturais e os conflitos podem aumentar o risco de a pessoa sofrer com a depressão.
Nos casos mais graves, a depressão pode levar ao suicídio. Cerca de um milhão de pessoas se suicida a cada ano e uma grande porcentagem delas padece de depressão profunda.
Mais de 50% das pessoas que se suicidam sofriam de depressão, segundo Saxena, que, por outro lado, explica que quanto mais desenvolvido é o país, mais aumenta a incidência da doença em sua população.
Devido ao estigma que implica esta doença, muitos dos portadores de depressão não admitem que estão doentes. Além disso, segundo o especialista, a depressão muitas vezes está mal diagnostica nos jovens e crianças.
A primeira etapa do tratamento consiste em admitir que se sofre com a doença e buscar ajuda, enfatiza a OMS, que precisa em um comunicado que "quanto antes se coloca o tratamento em andamento, mais eficiente ele é .
Estes tratamentos são do tipo psicossocial e farmacológico.
Por outro lado, "a participação ativa das pessoas deprimidas e de seus parentes no tratamento é essencial", segundo a OMS.
"Existem tratamentos muito eficazes contra a depressão. Infelizmente, menos da metade das pessoas deprimidas recebem os cuidados de que necessitam. Esta cifra é, inclusive, inferior a 10% em muitos países", conclui Saxena.
Fonte: Diario de Pernambuco
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Cientistas americanos identificaram uma dúzia de mutações genéticas não hereditárias que provam que fatores como a desnutrição e algumas infecções elevam chance da doença
Cientistas americanos identificaram uma dúzia de mutações genéticas não hereditárias que provam que fatores ambientais durante a gravidez, como a desnutrição e algumas infecções, elevam o risco de uma futura esquizofrenia.
Esta é a conclusão do maior e mais exaustivo estudo dos exomas - regiões do DNA responsáveis pela codificação das proteínas - de pacientes com esquizofrenia, cujos resultados foram publicados na revista científica britânica "Nature Genetics".
Os pesquisadores, do Centro Médico da Universidade de Colúmbia, sequenciaram os exomas de 231 pacientes com esquizofrenia e de seus progenitores sãos, todos procedentes dos EUA e da África do Sul.
A equipe, liderada pela psiquiatra Maria Karayiorgou, contabilizou assim um total de 146 "novas" mutações (um número muito superior ao que esperavam), que são as causadoras de distintas alterações nas cadeias de aminoácidos das proteínas.
Além disso, os cientistas identificaram quatro genes (LAMA2, DPYD, TRRAP e VPS39) responsáveis por muitos destes erros genéticos e, portanto, do risco de desenvolver esquizofrenia.
Embora esta doença normalmente apareça durante a adolescência e os primeiros anos da vida adulta, as mutações descobertas não são hereditárias e afetam genes que estão mais expressados durante os primeiros meses da gestação do feto.
Assim, os resultados do estudo corroboram análises prévias que já tinham apontado à repercussão dos fatores ambientais durante a gravidez sobre o risco de desenvolver esquizofrenia.
"Nosso trabalho nos proporcionou um mecanismo que explicaria como agressões ambientais durante os dois primeiros trimestres de gestação aumentam o risco do bebê de sofrer esquizofrenia quando for adulto", afirmou Maria Karayiorgou, principal autora do artigo.
Entre estes fatores que podem influenciar, a pesquisadora citou a desnutrição e algumas infecções. Além disso, "os pacientes com estas mutações provavelmente sofreram mais ansiedade e fobias durante sua infância", acrescentou.
Embora a genética da esquizofrenia seja "extremamente complexa", os cientistas estão começando a dispor de uma "imagem mais coerente" em relação à doença, ressaltou Joseph Gogos, co-diretor da pesquisa.
"Até centenas de mutações espontâneas elevam o risco de uma pessoa sofrer esquizofrenia. Isto pode ser desanimador, mas estes achados nos ajudam a compreender como estas alterações afetam os mesmos circuitos neuronais, inclusive, durante a primeira etapa do desenvolvimento fetal, o que eleva nossas esperanças de achar no futuro estratégias de prevenção efetivas", completou Gogos.
Fonte: Estadão
Pessoas que levaram surras na infância têm maiores
chances de sofrerem de doenças mentais quando adultas, incluindo distúrbios
de humor e ansiedade, além de problemas com o uso abusivo de álcool e drogas,
revelaram cientistas nesta segunda-feira. Foto: Johan Ordonez/AFP Photo
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O estudo, liderado por pesquisadores canadenses, é o primeiro a examinar a relação entre problemas psicológicos e danos físicos, sem considerar agressões mais graves ou abuso sexual, para medir com mais eficácia os efeitos da punição física isoladamente. Aqueles que apanhavam quando crianças tinham uma probabilidade entre 2% e 7% maior de sofrer de doenças mentais mais tarde, indicou a pesquisa na publicação americana Pediatrics, baseada em uma investigação com mais de 600 adultos dos Estados Unidos.
A taxa parece pequena, especialmente porque cerca de metade da população americana afirma ter apanhado na infância, No entanto, ela mostra que os castigos físicos podem trazer consequências futuras, dizem os especialistas. "O estudo é importante porque sugere uma reflexão sobre a paternidade", afirma Victor Fornari, diretor da divisão de psiquiatria da criança e do adolescente do Sistema Único de Saúde Judaica de North Shore-Long Island, em Nova York.
A taxa "não é dramaticamente maior, mas é maior, o que sugere que o castigo físico é um fator de risco para o desenvolvimento de distúrbios mentais na idade adulta", disse Fornari, que não esteve envolvido no estudo. Pesquisas anteriores já mostraram que crianças abusadas fisicamente tinham mais distúrbios mentais quando adultos, e têm mais chances de apresentar um comportamento agressivo que crianças que não apanharam.
Entretanto, esses estudos geralmente lidavam com abusos mais graves. A pesquisa atual exclui abuso sexual e qualquer abuso físico que deixe hematomas, cicatrizes ou ferimentos. Em vez disso, ele foca em outros castigos físicos, como empurrões, agarrões, tapas ou palmadas. Dois a 5% dos entrevistados sofriam de depressão, ansiedade, transtorno bipolar, anorexia ou bulimia, o que pode ser atribuído aos castigos na infância. Já 4% a 7% tinham problemas mais sérios, incluindo transtornos de personalidade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e dificuldades de raciocínio.
Os pesquisadores destacaram que o estudo não pode garantir que os castigos físicos tenham sido a causa das doenças em alguns adultos, e sim que há uma ligação entre as lembranças relacionadas a essas punições e uma maior incidência de problemas mentais. Os participantes foram perguntados: "Quando criança, com que frequência você era empurrado, agarrado, estapeado ou levava palmadas dos seus pais ou de outro adulto que vivia na sua casa?" Os que responderam "às vezes" ou mais foram incluídos na análise.
Novas pesquisas poderão se aprofundar mais no assunto. Enquanto isso, o estudo serve para lembrar que existem outras opções para disciplinar as crianças, como o reforço positivo e a proibição de algum lazer, o que é mais aconselhado pelos pediatras. "O fato é que metade da população (americana) apanhou no passado. Há maneiras melhores de os pais disciplinarem as crianças", disse Fornari.
Estado só repassa 3 refeições diárias, diz diretor de Residência Terapêutica. Local inagurado em abril não ofecere espaço adequado.
A Residência Terapêutica do Sistema Prisional, onde ficam presos com problemas psiquiátricos, inaugurada em abril deste ano, está passando por uma difícil situação. O local abriga 15 pacientes e conta com ajuda de funcionários e de terceiros para manutenção do local. Há também carência de medicamentos. "Estamos com processo grande na Superintendência de Compras e Licitação (Supel) para compra de medicamentos há seis meses. Quando há falta de medicamento a gente recorre ao município que nos atende prontamente. Os controlados conseguimos por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) municipais e estaduais”, afirma a gerente de Saúde do Sistema Prisional, Romana Leal.
O diretor da Unidade de Internação Masculina de Medidas de Segurança (UIMMS), chamada de Residência Terapêutica, médico psiquiatra Marivado Córdula, ressalta as condições do espaço. “Estamos trabalhando para melhorar o local aos poucos, adaptando a casa para que eles não se machuquem, cortem a si e os outros, mas tudo nós mesmo corremos atrás".
Segundo Córdula, o estado repassa apenas o básico. "As três alimentações do dia nós recebemos, fora isso a gente depende do humanismo dos nossos funcionários e de pessoas que nos ajudam lá fora para a compra de frutas e de outros produtos”, conta.
Em sistema de escala, 15 pessoas atuam na unidade, entre médicos enfermeiros e agentes penitenciários. "Estamos recrutando agentes penitenciários que estão de folga para nos auxiliar na segurança", diz Marivaldo. Outra ajuda voluntária vem dos chamados celas livres. "São apenados que têm autorização para vir até nós e nos auxiliar com a limpeza e higienização do local e dos pacientes", afirma Romana.
A gerente de saúde afirma que há um projeto em estudo. "O estado está trabalhando para construir um hospital de custódia que caiba no máximo 100 pacientes e que substitua esse em que estamos"
O secretário de Estado de Justiça de Rondônia, Fernando Oliveira, disse que o órgão está trabalhando para melhorar os sistema de Residência Terapêutica que é relativamente novo, e que há necessidade de uma espera maior por conta demora dos processos de compra de material de manutenção e medicamentos lotados na Supel. Em relação aos profissionais de medicina, disse que é difícil a contratação, principalmente de psiquiatras.
Segundo o Ministério Público do Estado, não há nenhuma denúncia acerca da falta de medicação na Unidade de Internação Masculina de Medidas de Segurança.
Presos da residência
A Residência Terapêutica foi construída em um terreno ao lado da entrada da Casa de Detenção José Mário Alves, mais conhecido como Urso Branco, para abrigar pessoas condenadas pela Justiça, mas que precisam de um tratamento terapêutico constante. A maioria dos pacientes assistidos na residência cometeu crime de homicídio.
De acordo com o diretor Marivaldo Córdula, antes da inauguração, não havia local adequado para abrigá-los. "Como não existia esse espaço antes, eles cumpriam pena junto com os outros presos no regime fechado como um detento comum. Mas eles são pacientes internos, não apenados e precisam ser tratados".
Segundo Romana Leal, gerente de saúde do sistema prisional, a casa tem capacidade de atendimento contínuo de 15 pessoas; e atualmente não há mais espaço para novos pacientes. "Como não temos mais como abrigar, encaminhamos os novos internos para o centro de ressocialização que fica no Vale do Guaporé e é mantido pelo Caps", explica.
Muitos internos que já cumpriram a pena na residência e que ganharam o direito de liberdade acabam retornando a casa por sofrer rejeição da família. "Há um caso de um homem que cumpriu 22 anos de pena em regime fechado junto com outros detentos e que somente agora está recebendo tratamento aqui na residência, a família não o quer mais de volta e por isso ele continua com a gente, não podemos deixá-lo na rua", conta Marivaldo.
Do G1
Um especialista britânico afirmou que crimes como os cometidos por Anders Breivik ilustram a incompreensão do público sobre doenças mentais.
O professor e psiquiatra Simon Wessely, do King's College de Londres, disse que a resposta imediata a assassinatos em massa é de que o acusado pelos crimes "deve ser louco".
Mas, de acordo com o especialista, a forma que Breivik conduziu os assassinatos sugere o contrário.
Wessely também afirmou que a ideia de que o diagnóstico psiquiátrico poderia ajudar pessoas a evitarem punição é errada.
Escrevendo para a revista especializada Lancet, o professor disse que usar a doença mental como estratégia de defesa na Grã Bretanha poderia levar a pessoas (o réu) a ficar mais tempo na prisão.
"A psiquiatria forense não é uma opção branda ou popular", afirmou.
'Forma meticulosa'
O psiquiatra também disse que o caso Breivik revela outra incompreensão, a de que crimes chocantes significam doença mental.
"Se esquizofrenia explica as ações de Breivik, estas ações teriam que ser o resultado de alucinações".
"A forma meticulosa pela qual ele planejou seus ataques não tem a ver com a desorganização da esquizofrenia", acrescentou o especialista.
Breivik está sendo julgado na Noruega.
O homem, de 33 anos, admite ter assassinado 77 pessoas em Oslo e na ilha de Utoya em julho passado, mas nega responsabilidade criminal.
Dois relatórios sobre a saúde mental de Breivik têm visões opostas sobre a sanidade do réu.
A corte determinará se ele deve ser mandado para a cadeia ou para tratamento psiquiátrico. Breivik afirma que não é insano e que deveria ser condenado à morte ou absolvido.
BBC Brasil
Fonte: Estadão.com.br
Uma instituição promoveu no domingo (22) um evento de caridade em Houston, no Texas, em que mil borboletas foram soltas, para promover a conscientização e a pesquisa sobre a síndrome de Down.
A condição afeta um em cada 733 bebês nascidos nos Estados Unidos.
Cada borboleta foi "vendida" por US$ 21 para interessados em patrocinar o evento e gerar fundos para pesquisas na área. O valor faz referência à trissomia 21, distúrbio responsável pela grande maioria dos casos de Down.
Do G1, com AP
Estudo concluiu que exercício tem efeito similar ao de outras formas de atividade contra o problema
Uma simples caminhada rápida nos arredores de casa pode ter um papel importante no combate à depressão, segundo pesquisadores de uma universidade na Escócia. Estudos anteriores já haviam demonstrado que exercícios vigorosos aliviam os sintomas da depressão, mas o efeito de atividades menos árduas ainda não foi analisado em profundidade.
O novo estudo publicado na revista científica Mental Health and Physical Activity afirma que "caminhar é uma forma de intervenção efetiva contra a depressão" e tem resultados similares aos de formas mais vigorosas de exercício. O estudo da Universidade de Stirling analisou dados de oito pesquisas com um total de 341 pacientes.
"A caminhada tem a vantagem de poder ser praticada pela maioria das pessoas, de implicar pouco ou nenhum custo, e de ser relativamente fácil de incorporar à rotina diária", dizem os autores.
Os pesquisadores admitem, no entanto, que mais pesquisas precisam ser feitas sobre o assunto. Ainda há questões sobre a duração, a velocidade e o local onde a caminhada deve ser realizada.
Ar livre
Uma em cada dez pessoas enfrenta depressão em algum momento da vida. Apesar de o problema poder ser tratado com medicamentos, a prática de exercícios é muitas vezes prescrita por médicos como tratamento contra formas mais brandas da doença.
Adrian Taylor, que estuda os efeitos dos exercícios contra a depressão, os vícios e o estresse, na Universidade de Exeter, disse à BBC que o ponto positivo da caminhada é que todo mundo já faz isso no dia-a-dia. "Há benefícios contra problemas de saúde mental como a depressão", afirmou ele.
Ainda não se sabe exatamente como os exercícios ajudam no combate à depressão. Taylor diz que eles podem funcionar como uma distração dos problemas, dando uma sensação de controle e liberando hormônios do "bom-humor".
A ONG de saúde mental Mind diz que suas próprias pesquisas indicam que só o fato de passar tempo ao ar livre já ajuda pessoas com depressão. "Para aproveitar ao máximo as atividades ao ar livre, é importante encontrar um tipo de exercício que você goste e que possa fazer regularmente. Tente coisas diferentes, como caminhar, andar de bicicleta, fazer jardinagem ou até nadar na natureza", aconselha Paul Farmer, presidente da ONG.
"Fazer exercícios junto a outras pessoas pode ter um impacto ainda maior, já que oferece uma oportunidade de reforçar laços sociais, conversar com outras pessoas sobre seus problemas ou simplesmente rir e aproveitar o tempo longe da família e do trabalho. Então, peça a um amigo para se juntar a você."
Fonte: Estadão.com.br
Os casos de autismo em crianças está em clara ascensão nos Estados Unidos desde a década passada, demonstraram números oficiais divulgados nesta quinta-feira, um fenômeno que se explica, em parte, por uma detecção mais eficiente deste transtorno do desenvolvimento.
O número de casos de autismo diagnosticados em crianças aumentou 23% entre 2006 e 2008, com um em 88 crianças afetadas contra um em 110 anteriormente, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), instâncias federais do Departamento de Saúde.
Este estudo se baseia em uma observação feita em 2008 que indica não só um aumento de 23% com relação às estimativas de 2006, mas também de 75% desde que os CDC começaram a registrar a incidência da doença, em 2001.
Estes novos números demonstram que o autismo é duas vezes mais comum do que se acreditava sete anos antes e, provavelmente, afeta um milhão de meninos, meninas e adolescentes nos Estados Unidos.
Este aumento se explica em parte por uma detecção mais eficaz da síndrome, sobretudo em menores de três anos, explicou Coleen Boyle, especialista dos CDC.
"Uma parte deste aumento se deve a um diagnóstico melhor, mas não sabemos até que ponto", afirmou, durante teleconferência.
"Graças a estas estatísticas sabemos mais sobre como a idade mais avançada dos pais e o nascimento prematuro aumenta o risco de que uma criança sofrer de autismo", disse a médica.
Estas estatísticas também mostram que o desenvolvimento da síndrome, cujas causas continuam sendo indeterminadas e que existe em diferentes formas e graus de gravidade, afeta quase cinco vezes mais meninos do que meninas, uma proporção que também aumentou de 2006 a 2008.
A prelavência do autismo está experimentando uma variação geográfica significativa nos Estados Unidos, onde afeta uma criança em 210 no Alabama (sul) e uma em 47 em Utah (noroeste).
O aumento mais expressivo foi observado em crianças negras e hispânicas.
Recomenda-se que se façam testes de autismo "sem exceção a todas as crianças entre 18 e 24 meses" de vida, afirmou Susan Hyman, presidente da subcomissão sobre autismo da Academia Americana de Pediatria (AAP, na sigla em inglês), durante a mesma teleconferência.
Marcos Roithmayr, presidente da Autism Speaks, a maior fundação privada do mundo dedicada à pesquisa sobre esta síndrome, disse que a doença custa 126 bilhões de dólares ao ano nos Estados Unidos, um montante que segundo o informe da organização triplicou desde 2006.
Por último, todos os médicos consultados descartaram que o projeto de revisão de critérios de classificação do autismo, lançado pela APA em janeiro, seja prejudicial para algumas crianças que sofrem da síndrome.
Psiquiatras e fundações particulares chegaram a expressar receio de que a nova classificação deixasse de fora muitas crianças com variações de autismo, como a Síndrome de Asperger.
Da AFP Paris
Fonte: Pernambuco.com
Chef filipino usa ingredientes como frutas cítricas, salmão e arroz montanhês
Um jardim no norte da capital filipina, Manila, abriga um restaurante com um nome excêntrico e um conceito curioso. O pequeno "Van Gogh é Bipolar" é uma homenagem ao célebre pintor holandês que divide com o chef, Jetro Rafael, a batalha contra os altos e baixos emocionais.
Para o chef filipino, alguns tipos de comida podem trazer mais felicidade às pessoas, e tudo que consta em seu menu foi criado com este objetivo. Ingredientes como salmão, mel, peru e repolho - todos que, supostamente, teriam as propriedades da felicidade - foram incorporados aos pratos para criar o que Rafael batizou de "dieta bipolar".
Rafael não esconde a motivação pessoal por trás da ideia que o levou a criar o restaurante, após anos de luta contra a depressão e alterações de humor. "Comecei a pesquisar em livros sobre maneiras de gerenciar meu problema, e descobri as propriedades de diferentes alimentos. Agora quero divulgar este conhecimento", disse.
Mas o restaurante não se concentra apenas nos depressivos ou bipolares. Os pratos também podem ser fonte de tranquilidade e alegria para quem teve um dia estressante no trabalho, brigou com a mulher ou o marido, ficou preso no trânsito de Manila ou simplesmente está se sentindo um pouco triste.
"Vejo pessoas que vêm aqui cansados e estressados, e quando vão embora, a diferença é visível. A dieta que eu sirvo foi pensada para ativar neurotransmissores específicos no cérebro responsáveis pelas nossas emoções, como a felicidade e a tranquilidade", indica Rafael.
'Lágrimas de Virginia Wolf'
O ambiente do restaurante também convida a relaxar. Os clientes são encorajados a fazerem seu próprio chá de ervas enquanto olham o cardápio e podem usar chapéus da coleção do chef Jetro Rafael.
No cardápio, Van Gogh não é o único nome famoso a aparecer. A maioria dos pratos tem nome de pessoas conhecidas por serem temperamentais, como a escritora Agatha Christie, a atriz Marilyn Monroe e o estadista Winston Churchill.
A "Poção de Courtney Love" - cantora e viúva do músico Kurt Cobain - é recomendada para reduzir a ansiedade e combina frutas, menta e mel. Já o prato "Lágrimas de Virginia Woolf", destinado a evitar a depressão, é uma sopa de peru com repolho e maçãs verdes.
Evidências científicas
Mas pode-se ter provas científicas que sustentem as crenças do "chef da felicidade"? Especialistas em nutrição vêm afirmando que há crescentes evidências de que os argumentos do dono do restaurante filipino estejam corretos.
Embora esta ainda seja uma área que precisa de mais pesquisa, já há provas de que os alimentos têm a capacidade de influenciar o humor e as emoções do ser humano.
Para Sandrine Thuret, do Instituto de Psiquiatria da Kings's College, de Londres, acredita-se que o Ômega-3 contido nos peixes mais gordurosos e e os flavonoides contidos em alimentos como mirtilo, framboesa e chocolate meio amargo podem, de fato, melhorar o humor.
Ela acredita que uma dieta baseada em nutrientes dessas categorias possa até mesmo funcionar de forma similar a medicamentos antidepressivos. "O Prozac funciona aumentando a neurogênese (criação de neurônios) no hipocampo no cérebro. Então pode ser que alguns alimentos também aumentem o número de novos neurônios", diz ela.
Jetro Rafael, que talvez seja o primeiro chef a organizar o cardápio completo de um restaurante ao conceito, certamente não é o primeiro a relacionar comida com humor.
"Heston Blumenthal veio uma vez ao nosso laboratório", disse Thuret, se referindo a um famoso chef britânico conhecido pelos experimentos com a comida."Ele queria saber o que era bom para reduzir o stress e melhorar a memória."
Ela afirma que, até certo ponto, o peru, as bananas e as nozes que Rafael serve conseguem provavelmente fazer com que as pessoas se sintam menos estressadas, pelo menos a curto prazo. Estes alimentos contem triptofano, que é convertido, dentro do corpo, em serotonina - um neurotransmissor que ajuda a regular o humor.
No entanto, Thuret duvida que apenas algumas refeições no Van Gogh é Bipolar fazem uma diferença permanente. "Isso é mais como um investimento a longo prazo e, de um modo geral, ter uma dieta saudável e balanceada é o que mais fará com que você seja resistente ao stress", diz.
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Fonte: Estadão Online
Apesar de serem de uso controlado, os ansiolíticos, ou antidepressivos, estão entre os medicamentos mais consumidos no país nos últimos anos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses inibidores do sistema nervoso central têm sido mais utilizados no Brasil do que muitos medicamentos que não exigem receitas médicas. Responsável por fiscalizar a produção e a comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, a Anvisa divulgou ontem boletim técnico contendo uma série de informações a respeito do consumo de medicamentos controlados.
De acordo com o Boletim do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, desde 2007 os antidepressivos feitos a partir de substâncias como o clonazepam, bromazepam e aprazolam são os mais consumidos entre os 166 princípios ativos listados na Portaria SVS/MS nº 344, que inclui também as substâncias usadas em outros medicamentos de uso controlado, como emagrecedores e anabolizantes.
Recomendados para o tratamento de casos diagnosticados de ansiedade, depressão e bipolaridade, os ansiolíticos estão entre os remédios conhecidos por “tarja preta”, que só poderiam ser comprados em farmácias registradas e autorizadas pela Anvisa a comercializar os medicamentos listados na Portaria 344. Não é difícil, contudo, encontrar na internet quem os ofereça como solução para curar a tristeza – qualquer que seja a causa – e até a insônia.
De acordo com a Anvisa, a venda legal de Rivotril – nome com o qual é comercializado o antidepressivo produzido a partir do clonazepam – saltou de 29,46 mil caixas em 2007 para 10,59 milhões em 2010. A Anvisa estima que só em 2010 os brasileiros gastaram ao menos R$ 92 milhões com Rivotril.
Entre os ansiolíticos, o segundo mais comercializado, o Lexotan (bromazepan), vendeu, em 2010, 4,4 milhões de unidades. Já o Frontal (alprazolam) registrou 4,3 milhões de unidades. Os técnicos chamam a atenção para o grande volume de receitas de remédios controlados, em geral, prescritas por dentistas e médicos veterinários.
Fonte: Pernambuco.com
Boletim da Anvisa mostra dados de consumo no país entre 2007 e 2010.
Trio de medicamentos que lidera a lista é composto por calmantes.
Do G1, em São Paulo
Os remédios ansiolíticos, usados para controlar a ansiedade e a tensão, lideram um ranking de drogas controladas divulgado em janeiro por um serviço da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os princípios ativos clonazepam, bromazepan e alprazolam lideram a lista, que reúne dados desde 2007 até 2010. No mercado, eles são conhecidos principalmente pelos nomes Rivotril, Lexotan e Xanax. Todos são remédios da família dos benzodiazepínicos.
O número de caixas de clonazepam vendidas chegou a 10,5 milhões em 2010, mais que a soma das unidades de bromazepam (4,4 milhões) e de alprazolam (4,3 milhões) distribuídas no mesmo período.
No período de 4 anos, dados de 166 princípios ativos foram acumulados pelo Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), serviço ligado à Anvisa que realizou o levantamento.
As três drogas estão na lista B1 de remédios controlados, que reúne as substâncias psicotrópicas -- que inferferem no sistema nervoso central e podem causar dependência química. Para que uma pessoa possa comprar estas medicações, é necessário apresentar um receituário azul, oferecido por um profissional da saúde que solicitou o direito de prescrição junto à Anvisa.
Em 2009, a quarta medicação controlada mais vendida foi a sibutramina, uma droga usada no combate à obesidade e que esteve no centro dos debates sobre o uso de emagrecedores em 2011, quando o governo restringiu o uso de inibidores de apetite no país. Atualmente, esta droga se encontra na lista B2, de substâncias psicotrópicas anorexígenas.
Levantamento
As farmácias cadastradas na Anvisa e que participam do SNGPC totalizaram 41.032 em 2010. Dessas, 35.213 são locais que não manipulam as substâncias que vendem.
Cada estabelecimento envia arquivos ao sistema com dados sobre a venda de drogas controladas. Em 2010, em média cada farmácia ou drogaria enviou 101 arquivos ao sistema, totalizando 86.538 recebidos e aceitos por semana.
A discrepância entre os dados oferecidos e aqueles que são considerados pelo SNGPC como válidos para as estatísticas diminuiu nos últimos dois anos analisados pelo boletim. Em 2010, o índice de aceitação dos arquivos chegou a 84,7%.
Tomar antidepressivos no fim da gravidez dobra o risco de dar à luz bebês que sofrem de hipertensão pulmonar persistente, de acordo com um estudo realizado nos países do norte europeu e publicado nesta sexta-feira.
"Tomar antidepressivos do tipo ISRS (Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina) após a 20ª semana de gestação está associada a um risco dobrado de hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido", segundo as conclusões do estudo realizado pelo prestigiado Instituto Karolinska, em Estocolmo.
O número de recém-nascidos que sofrem desta doença é de 1,2 a cada mil, em média, acrescenta o instituto, salientando que a taxa de mortalidade em indivíduos nascidos com hipertensão pulmonar persistente é de 15%.
O estudo do Karolinska levou em conta 1,6 milhão de nascimentos entre 1996 e 2007 em cinco países do norte da Europa (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia). É o primeiro estudo representativo desta magnitude, que complementa a pesquisa Chambers, publicada em 2006 no New England Journal of Medicine.
Segundo o estudo, 11 mil mulheres que tomaram antidepressivos no final da gravidez deram à luz 33 crianças com hipertensão pulmonar.
"Os médicos que tratam pacientes grávidas contra a depressão devem tentar considerar uma abordagem não medicamentosa", adverte a responsável pelo estudo, Helle Kieler, em um comunicado.
Os antidepressivos ISRS são amplamente utilizados no tratamento da depressão e incluem vários tipos de princípios ativos, incluindo a fluoxetina, vendido sob o nome de Prozac.
O estudo constatou que os riscos são os mesmos para todos os princípios ativos estudados, ou seja, a fluoxetina, citalopram, sertralina, paroxetina e escitalopram.
Da AFP Paris
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Fonte: Pernambuco.com
Dados foram comparados aos de síndrome que é 'oposto' do autismo.
Pesquisa de brasileiros está em fase de confirmação.
Parte dos genes que normalmente ficam no cromossomo 3 trocam de lugar com os do cromossomo 11. Nos casos estudados, essa mudança acontece tanto com os portadores da síndrome de Rett – que é provocada por uma mutação em um gene específico e traz outros sintomas, como danos às funções motoras – quanto nos que têm autismo clássico – uma forma em que as crianças têm dificuldades de socialização, mas não há uma mutação genética definida que o cause.
“Como a gente vê que [as alterações genéticas] estão tanto na síndrome de Rett quanto no autismo clássico, possivelmente essas alterações não estão envolvidas com a parte motora, mas estão envolvidas com a parte social e de linguagem”, explicou Alysson Muotri, que também é colunista do G1.
Tanto a síndrome de Rett quanto o autismo clássico fazem parte das doenças do espectro autista. São vários males diferentes que provocam dificuldades no aprendizado da linguagem e da interação social, que variam em relação à intensidade, entre outros fatores.
Síndrome de Williams
Para confirmar a descoberta, os pesquisadores estão comparando os autistas a portadores da síndrome de Williams. Esse distúrbio é, de certa forma, o contrário do autismo, pois os pacientes são pessoas “supersociais”.
“Tem alguma coisa no cérebro deles que os atrai aos estranhos. É o grande problema social que eles têm, porque são fáceis de enganar e acabam se metendo em encrenca”, resumiu Muotri, sobre a síndrome de Williams.
Os dados iniciais mostram que as síndromes são opostas também na genética. “A síndrome de Williams é uma deleção que remove tipo 25 genes do genoma; se você duplica essa região, você tem o autismo, se você tira essa região, tem síndrome de Williams”, afirmou.
Os dados apresentados no congresso “Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista”, da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) ainda são preliminares.
Muotri disse que a pesquisa está em fase de confirmação antes de ser publicada em alguma revista científica. “A gente fez com alguns pacientes e tem que fazer com mais alguns para ter mais certeza”, contou.
Autismo pode ser apenas sintoma de uma síndrome mais grave
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Autismo não é problema 'meramente pediátrico', diz pesquisador brasileiro
Conheça o Espiral, blog de Alysson Muotri no G1
Dificuldades na fala e na interação social têm várias origens diferentes.
Para especialistas, termo “doenças do espectro autista” é mais abrangente.
Tadeu Meniconi
Dificuldades para aprender a falar, problemas de interação social e movimentos repetitivos sem nenhum motivo aparente são os sintomas mais conhecidos do autismo. Mas essa condição não é uma doença por si só, pode ter várias origens diferentes, e pode ser apenas o indício de uma síndrome mais complexa.
Além disso, há vários graus diferentes do problema, e por isso os especialistas preferem o termo “doenças do espectro autista”. “Inclui desde a forma clássica, a criança isolada que não comunica e não fala, mas tem as formas mais leves”, explicou Maria Rita dos Passos Bueno, que pesquisa a genética do autismo no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).
Maria Rita dos Passos Bueno durante palestra em São Carlos (SP). (Foto: Tadeu Meniconi / G1)
A síndrome de Asperger é uma dessas formas mais leves, uma das doenças menos graves do espectro. As crianças aprendem a falar na idade normal, mas têm problemas para se integrar à sociedade. Porém, mesmo dentro do grupo dos que têm essa mesma doença, há diferentes níveis de isolamento.
“Existem alguns que conseguem romper essa dificuldade e se adaptam, e tem outros em que não têm o que se fazer, não se adaptam nunca”, relatou a pesquisadora.
Bueno cita também algumas doenças complexas que têm o autismo como mais uma das consequências causadas. A síndrome de Rett provoca, além do autismo, dificuldades motoras que podem até levar à necessidade da cadeira de rodas.
“Essas crianças têm um monte de outras coisas além de autismo, o autismo é como se fosse um sintoma de um quadro mais complexo”, conclui a cientista.
Autismo clássico
No entanto, há também muitos casos de autismo que não vêm acompanhados dessas outras doenças. Nesses casos, o autismo é o problema em si a ser tratado. “É como se não tivesse sinal clínico suficiente para você dizer que é uma síndrome. Esses pacientes entram no bolo das doenças do espectro autista”, diz Bueno.
“Nesse caso, o maior problema é o problema de comportamento que a criança tem, e não tem nada alterado: cara normal, tamanho normal, tudo normal, é uma criança normal, exceto no comportamento”, acrescenta.
Estudo genéticos já levaram os cientistas a encontrar pelo menos cem mutações genéticas diferentes que podem provocar o comportamento autista. Além disso, pode haver casos em que duas ou mais mutações se somam. Por tudo isso, é difícil identificar e combater o problema.
Tratamento
“É fato que o autismo, quanto antes identificado e tratado, melhor o prognóstico e melhor a inserção social. Agora, é claro que isso não significa que todos os casos terão um ótimo prognóstico mesmo tratados em idade bem prematura”, explica a psicóloga Cíntia Guilhardi, doutora pela USP, que trabalha com crianças autistas no Grupo Gradual.
A idade ideal para o início do tratamento, segundo a especialista, é antes dos três anos de idade. “Quanto antes a gente trata, menos comportamentos do espectro estão instalados no repertório da criança e mais chances de ampliar a variedade de comportamentos dela”, completa.
O tratamento dessas crianças é feito não só com psicólogas nas clínicas, mas também com o uso de medicamentos.
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