Um especialista britânico afirmou que crimes como os cometidos por Anders Breivik ilustram a incompreensão do público sobre doenças mentais.
O professor e psiquiatra Simon Wessely, do King's College de Londres, disse que a resposta imediata a assassinatos em massa é de que o acusado pelos crimes "deve ser louco".
Mas, de acordo com o especialista, a forma que Breivik conduziu os assassinatos sugere o contrário.
Wessely também afirmou que a ideia de que o diagnóstico psiquiátrico poderia ajudar pessoas a evitarem punição é errada.
Escrevendo para a revista especializada Lancet, o professor disse que usar a doença mental como estratégia de defesa na Grã Bretanha poderia levar a pessoas (o réu) a ficar mais tempo na prisão.
"A psiquiatria forense não é uma opção branda ou popular", afirmou.
'Forma meticulosa'
O psiquiatra também disse que o caso Breivik revela outra incompreensão, a de que crimes chocantes significam doença mental.
"Se esquizofrenia explica as ações de Breivik, estas ações teriam que ser o resultado de alucinações".
"A forma meticulosa pela qual ele planejou seus ataques não tem a ver com a desorganização da esquizofrenia", acrescentou o especialista.
Breivik está sendo julgado na Noruega.
O homem, de 33 anos, admite ter assassinado 77 pessoas em Oslo e na ilha de Utoya em julho passado, mas nega responsabilidade criminal.
Dois relatórios sobre a saúde mental de Breivik têm visões opostas sobre a sanidade do réu.
A corte determinará se ele deve ser mandado para a cadeia ou para tratamento psiquiátrico. Breivik afirma que não é insano e que deveria ser condenado à morte ou absolvido.
BBC Brasil
Fonte: Estadão.com.br
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