Estado só repassa 3 refeições diárias, diz diretor de Residência Terapêutica. Local inagurado em abril não ofecere espaço adequado.
A Residência Terapêutica do Sistema Prisional, onde ficam presos com problemas psiquiátricos, inaugurada em abril deste ano, está passando por uma difícil situação. O local abriga 15 pacientes e conta com ajuda de funcionários e de terceiros para manutenção do local. Há também carência de medicamentos. "Estamos com processo grande na Superintendência de Compras e Licitação (Supel) para compra de medicamentos há seis meses. Quando há falta de medicamento a gente recorre ao município que nos atende prontamente. Os controlados conseguimos por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) municipais e estaduais”, afirma a gerente de Saúde do Sistema Prisional, Romana Leal.
O diretor da Unidade de Internação Masculina de Medidas de Segurança (UIMMS), chamada de Residência Terapêutica, médico psiquiatra Marivado Córdula, ressalta as condições do espaço. “Estamos trabalhando para melhorar o local aos poucos, adaptando a casa para que eles não se machuquem, cortem a si e os outros, mas tudo nós mesmo corremos atrás".
Segundo Córdula, o estado repassa apenas o básico. "As três alimentações do dia nós recebemos, fora isso a gente depende do humanismo dos nossos funcionários e de pessoas que nos ajudam lá fora para a compra de frutas e de outros produtos”, conta.
Em sistema de escala, 15 pessoas atuam na unidade, entre médicos enfermeiros e agentes penitenciários. "Estamos recrutando agentes penitenciários que estão de folga para nos auxiliar na segurança", diz Marivaldo. Outra ajuda voluntária vem dos chamados celas livres. "São apenados que têm autorização para vir até nós e nos auxiliar com a limpeza e higienização do local e dos pacientes", afirma Romana.
A gerente de saúde afirma que há um projeto em estudo. "O estado está trabalhando para construir um hospital de custódia que caiba no máximo 100 pacientes e que substitua esse em que estamos"
O secretário de Estado de Justiça de Rondônia, Fernando Oliveira, disse que o órgão está trabalhando para melhorar os sistema de Residência Terapêutica que é relativamente novo, e que há necessidade de uma espera maior por conta demora dos processos de compra de material de manutenção e medicamentos lotados na Supel. Em relação aos profissionais de medicina, disse que é difícil a contratação, principalmente de psiquiatras.
Segundo o Ministério Público do Estado, não há nenhuma denúncia acerca da falta de medicação na Unidade de Internação Masculina de Medidas de Segurança.
Presos da residência
A Residência Terapêutica foi construída em um terreno ao lado da entrada da Casa de Detenção José Mário Alves, mais conhecido como Urso Branco, para abrigar pessoas condenadas pela Justiça, mas que precisam de um tratamento terapêutico constante. A maioria dos pacientes assistidos na residência cometeu crime de homicídio.
De acordo com o diretor Marivaldo Córdula, antes da inauguração, não havia local adequado para abrigá-los. "Como não existia esse espaço antes, eles cumpriam pena junto com os outros presos no regime fechado como um detento comum. Mas eles são pacientes internos, não apenados e precisam ser tratados".
Segundo Romana Leal, gerente de saúde do sistema prisional, a casa tem capacidade de atendimento contínuo de 15 pessoas; e atualmente não há mais espaço para novos pacientes. "Como não temos mais como abrigar, encaminhamos os novos internos para o centro de ressocialização que fica no Vale do Guaporé e é mantido pelo Caps", explica.
Muitos internos que já cumpriram a pena na residência e que ganharam o direito de liberdade acabam retornando a casa por sofrer rejeição da família. "Há um caso de um homem que cumpriu 22 anos de pena em regime fechado junto com outros detentos e que somente agora está recebendo tratamento aqui na residência, a família não o quer mais de volta e por isso ele continua com a gente, não podemos deixá-lo na rua", conta Marivaldo.
Do G1
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