A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).O mercado de trabalho tornou-se um foco de doenças como depressão e estresse. A tendência já se reflete em forte aumento no número de brasileiros afastados pelo INSS por esse tipo de problema de saúde, informa reportagem de Érica Fraga e Venscelau Borlina Filho.

As concessões de auxílio-doença acidentário --que têm relação com o trabalho-- para casos de transtornos mentais e comportamentais cresceram 19,6% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado.na Folha desta sexta-feira.

Esse aumento foi quatro vezes o da expansão no número total de novos afastamentos autorizados pelo INSS.

Nenhum outro grupo de doença provocou crescimento tão forte na quantidade de benefícios de auxílio-doença concedidos entre janeiro e junho deste ano.

"Há ondas de doenças de trabalho. A onda atual é a da saúde mental", diz Thiago Pavin, psicólogo do Fleury.

Mudanças adotadas pelo Ministério da Previdência Social em 2007 facilitaram o diagnóstico de doenças causadas pelo ambiente de trabalho. Isso levou a um forte aumento nas concessões de benefícios acidentários para todos os tipos de doença em 2007 e 2008.

Os afastamentos provocados por casos de transtornos mentais e comportamentais, por exemplo, saltaram de apenas 612 em 2006 para 12.818 em 2008. Mas, depois desse ajuste inicial, tinham subido apenas 5% em 2009 e recuado 10% em 2010.

Editoria de arte/Folhapress

Problemas ou transtornos de ansiedade são mais comuns do que se imagina. De acordo com pesquisas, ¼ da população mundial tem, já teve ou terá algum tipo de transtorno de ansiedade. Exemplos desses problemas comportamentais são a Síndrome do Pânico, fobia social e o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). No caso deste último, apesar de muitas vezes parecer comum e de pouca importância, os tiques e manias característicos da condição podem comprometer profundamente a qualidade de vida de uma pessoa.

O TOC consiste no pensamento constante e obsessivo, que leva um indivíduo a manter comportamentos considerados fora do comum em comparação às demais pessoas. O controle sobre os pensamentos – por mais irracionais que possam ser – é praticamente impossível, e os rituais construídos para aliviar a crise de ansiedade trazida pelos pensamentos são inevitáveis.

Os jovens representam grande parte dos afetados pelo TOC. Pesquisas apontam que um em cada 100 apresentam sintomas. É o caso do estudante Rafael Dantas, 19 anos, diagnosticado com TOC aos 15 anos. “É um sentimento muito ruim, eu tenho a impressão de que se eu não fizer as minhas manias algo horrível pode acontecer”, explica. Ele apresenta mais de um sintoma, mas o principal é o de lavar as mãos constantemente. “Eu comecei a lavá-las o tempo todo por volta dos meus 12 anos, primeiro eu achava que era só higiene depois eu vi que aquilo não era normal. Cheguei a criar feridas e queimaduras nas mãos de tanto lavá-las”, confessa.

Os motivos que levam uma pessoa a adquirir determinadas manias é um mistério, inclusive para o próprio portador do distúrbio. De acordo com o psicólogo e terapeuta comportamental Fábio Caló existem pessoas com maior tendência a desenvolver o TOC. “Quando checamos com os familiares dos pacientes, muitas vezes é possível identificar familiares de 1º grau que tenham algum tipo de transtorno de ansiedade. O fator genético, somado a alguma experiência de vida, normalmente desencadeia o transtorno” detalha.

Foi o caso de Rafael Dantas. O rapaz passou a apresentar os primeiros sintomas após uma internação de emergência em um hospital, quando tinha 10 anos. “Fiquei um bom tempo no hospital, foi uma experiência bem traumática”, afirma. Mas nem sempre existe uma explicação que dispare o gatilho desse comportamento. Alessandra de Souza, hoje com 21 anos, não sofreu nenhuma experiência negativa para justificar o TOC, diagnosticado aos 17. “Não me lembro porque comecei a sentir o que sinto. Desde criança sempre fui muito organizada, mas não acho que era um problema naquela época”, relembra.

A jovem tem uma forte obsessão com organização, especialmente com objetos pessoais. “Eu costumava arrumar meu guarda roupas várias vezes ao dia, até eu ficar satisfeita com o jeito que estava. As roupas tinham que estar separadas por cor, das claras para as escuras, e também por tamanho, da menor para a maior” comenta. Ela só começou a ver as manias como problema quando não conseguia contê-las quando estava na rua. “Depois de um tempo comecei a arrumar as coisas que me incomodavam nas ruas. Organizava a posição dos objetos na mesa dos restaurantes e bares que eu ia. Foi nessa época que decidi procurar ajuda”, explica.

Tratamento
As pessoas que sofrem com o TOC contam atualmente com grande opção no tratamento. O mais comum é o uso de medicamentos controlados, que devem ser receitados por um psiquiatra. As drogas servem para reduzir o nível de ansiedade do paciente, facilitando muito o controle das crises.

Para Alessandra de Souza, o tratamento foi fundamental na retomada de sua vida normal. “Me senti muito melhor depois que comecei a tomar os remédios. Ainda tenho alguns sintomas, mas não chegam nem perto do que eram há dois anos. Hoje levo uma vida normal”, garante aliviada.

O tratamento com remédios controlados é essencial, mas existem outros métodos que aliados a eles podem trazer um alivio ainda maior para o paciente com TOC. “Fazer terapia com um psicólogo também ajuda muito. Além disso, também é recomendada a prática de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, que ajudam a diminuir o nível de ansiedade. O paciente deve procurar também algum tipo de atividade que lhe traga prazer, para fugir dos pensamentos obsessivos. Os remédios são apenas para um alivio de curto prazo” explica o Dr. Fábio Caló.

Rafael Dantas fez uso dos métodos alternativos, e associou atividades esportivas com o tratamento químico e terapia. “Hoje eu me sinto livre, uma pessoa normal. Não penso 24 horas por dia no que está sujo e o que pode me contaminar. Não vou mentir: ainda existem alguns pensamentos, mas não chega nem perto do que era antes”, comemora.

Mesmo com o tratamento correto, o TOC não pode ser considerado como uma um problema facilmente curável. Mas os resultados alcançados com ajuda especializada são a possibilidade de volta a uma vida normal. Muitos se isolam do mundo quando os sintomas se agravam, achando que assim escaparão do preconceito de outras pessoas. Mas essa escolha só vem a agravar o transtorno, pois impede o convívio com outras pessoas e o confronto do pensamento compulsivo. “O tratamento faz com que a pessoa retorne a ser quem era antes, volte a viver uma vida normal. Mas mesmo com o tratamento, sempre guardarão em si um padrão de comportamento, mas em uma escala inumeramente menor” conclui o Dr. Calo.

Do Portal Uai
Fonte: Portal Pernambuco.com

Cada um dos 100 bilhões de neurônios cerebrais tem milhares de conexões com outros neurônios. Essas conexões, conhecidas como sinapses, permitem que as células possam rapidamente compartilhar informações, coordenar atividades, garantir o aprendizado e sustentar os circuitos que fazem parte da memória. Avarias nas ligações entre neurônios têm sido associadas a distúrbios neurológicos, entre eles o autismo e a doença de Alzheimer, bem como ao declínio da memória durante o processo de envelhecimento.

Muitos cientistas acreditam que o reforço conexões sinápticas poderia oferecer um modo de tratar essas doenças mentais, e de retardar problemas relacionados com o declínio da função cerebral por causa da idade avançada. Agora, uma equipe de pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveu uma meio de aumentar as sinapses entre as células. O experimento foi realizado em laboratório, em condições muito controladas, que permitem projeções em larga escala com o objetivo de produzir novos medicamentos.

Os pesquisadores já identificaram vários compostos que podem reforçar sinapses cerebrais. Tais medicamentos ajudam a compensar o declínio cognitivo, observado no mal de Alzheimer, por exemplo. O estudo foi publicado na edição de outubro da revista Nature.

Segundo Mehmet Fatih Yanik, professor associado do MIT e líder da equipe de pesquisa — que conta ainda com os assistentes Mark Scott e Zachary Wissner-Gross, Stephen Haggarty, Balaram Ghosh e Dongpeng Wan da Universidade de Harvard, e Ralph Mazitschek do Massachusetts General Hospital — o trabalho da equipe desenvolveu e analisou vários compostos de drogas potenciais selecionados no estudo.

Numa sinapse, um neurônio envia sinais para uma ou mais células, liberando substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que influenciam a atividade da célula receptora. Os cientistas descobriram meios de induzir neurônios cultivados em laboratório para formar sinapses, mas isso geralmente produz uma mistura de conexões que é difícil de estudar.

Na nova configuração desenvolvida por Yanik e seus colegas, os neurônios pré-sinápticos (aqueles que enviam mensagens através de uma sinapse) são cultivados em compartimentos individuais, no laboratório. Os compartimentos têm apenas uma abertura, em um pequeno canal, que leva a outro compartimento. O neurônio pré-sináptico envia seu axônio longo através do canal para o outro compartimento, onde pode formar conexões sinápticas, com células dispostas em uma grade.

"Dessa forma, no laboratório, podemos induzir sinapses em posições muito bem definidas", afirma Yanik.

Usando esta técnica, os pesquisadores conseguiram criar centenas de milhares de sinapses em laboratório, e então usá-los para testar os efeitos de compostos da droga potencial. Esta técnica detecta alterações na força sináptica com sensibilidade dez vezes maior do que os métodos atualmente existentes.

Neste estudo, os pesquisadores criaram e testaram variantes de um tipo de molécula conhecida como um inibidor de HDAC. As HDACs são enzimas que controlam como o DNA é enrolado no interior do núcleo da célula, o que determina quais genes podem ser copiados e quais são aqueles que se expressam ativamente. Os inibidores de HDAC, capazes de afrouxar bobinas de DNA e revelar genes que tinham sido desligados, estão agora sendo observados como formas potenciais de tratamento para a doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

O objetivo dos pesquisadores era encontrar inibidores de HDAC que, especificamente, fossem capazes de ativar genes, que melhoram as conexões sinápticas. Para determinar quais os efeitos mais fortes, eles mediram a quantidade de uma proteína chamada sinapsina, encontrada nos neurônios pré-sinápticos. Esses testes renderam vários inibidores de HDAC, que fortaleceram as sinapses, e permitiram melhorar a força das sinapses em 300 por cento. Vários inibidores de HDAC tiveram pouco efeito sobre a força sináptica, demonstrando a importância de encontrar inibidores de HDAC específicos para genes sinápticos.

"A nova tecnologia oferece uma melhoria significativa sobre os métodos existentes para o cultivo de sinapses. Permite também estudar sua formação", comenta Matthew Dalva, professor associado de Neurociências na Thomas Jefferson University, que não fez parte da equipe de pesquisa. "Ainda sabemos tão pouco sobre a formação de sinapses, este estudo pode abrir novas portas".

A próxima etapa do estudo é saber se este sistema também pode ser usado para examinar as conexões entre tipos específicos de neurônios, obtidos de diferentes regiões no cérebro. Caso haja condições de melhorar conexões específicas em determinadas áreas do cérebro, a pesquisa vai ser altamente benéfica para pessoas com autismo, por exemplo. Yanik tem planos também para tornar a tecnologia disponível para outros grupos de pesquisa interessados.

Da Agência O Globo
Fonte: Portal Pernambuco.com

Começou nesta quarta-feira a Semana da Cultura promovida pelo Hospital Ulysses Pernambucano, na Tamarineira. O evento vai até sábado (22) e conta com apresentações de artistas regionais e com a exposição de peças de artesanato confeccionadas pelos internos durante oficinas ministradas pelo Centro de Atividade Terapêutica (CAT).


As atividades desenvolvidas pelo CAT são bem diversificadas e incluem aulas de dança, de artesanato, salão de beleza, jogos. Juliana Bianchini, arte-educadora há 4 anos, explica que as oficinas oferecem diferentes ocupações com a intenção de estimular a melhora dos pacientes. “Não há nenhuma obrigação, as oficinas são abertas e os internos participam das que mais se identificam, podendo entrar e sair das aulas sempre que quiserem”, diz Juliana.

Os trabalhos estão expostos na capela do hospital, onde é possível admirar as peças e, inclusive, comprá-las por um preço bastante acessível. A maior parte do dinheiro é entregue ao paciente/artista e o restante é utilizado na compra de mais matéria-prima.

A interna Genilda Maria da Silva, 39 anos, exibe com orgulho o papai noel feito e pintado por ela. Ela faz questão de mostrar o trabalho de outros colegas e de enfatizar o apoio das “tias”, que sempre a auxiliam quando uma tarefa se mostra mais complicada. Genilda dá sua opinião sobre as peças e mostra senso crítico ao querer apostar quais serão vendidas primeiro e quais ficarão por último. “Quer apostar 100 reais que esse colar vai ficar por último? As bolas estão muito grandes, fica feio!”, explica alegremente Genilda.

Segundo Benvinda Magalhães, diretora do hospital, a intenção do evento é promover e potencializar a integração psicossocial dos internos. As atividades extras e o reconhecimento de outras pessoas produzem uma visível melhora na autoestima, além de facilitar o resgate da história individual dos pacientes.

"Hoje em dia a reabilitação não se faz apenas por meio de medicamentos. Também é necessário valorizar e estimular o paciente. Fazer com que ele saia do lugar do incapaz para ser percebido e se perceber como produtivo", afirma Benvinda.

Confira a programação:
Quinta-feira (20/10)
9h30 - Apresentação da Orquestra Feminina Lurdinha Nóbrega
14h - Gincana com participação dos alunos da Escola Técnica de Enfermagem EID

Sexta-feira (21/10)
9h30 - Apresentação teatral com Adriano Cabral
14h – Gincana e bingo

Sábado (22/10)
9h30 - Apresentação do Maracatu Livre Batuque

Entrada franca

Fonte: Portal Pernambuco.com

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

A Sociedade Psicanalítica do Recife (SPR) promoverá, nos dias 21 e 22 de outubro, no Mar Hotel, em Boa Viagem, a XVI Jornada de Psicanálise e o XII Encontro de Psicanálise da Criança e do Adolescente. Nos eventos, voltados para profissionais e estudantes, serão debatidos temas gerais da psicanálise e específicos a crianças e adolescentes. Haverá também cursos, mesas redondas e plenárias.

Nos dois dias, estão programados debates e apresentação de casos práticos para análise e discussão de palestrantes, expositores e dos congressistas. Entre os cursos que serão oferecidos estão “Sobre Infância/Adolescência, Mediação Familiar - Uma Visão Psicanalítica”.

Também haverá mesas redondas com foco na “Apresentação de um caso de Distúrbio de Aprendizado Infantil e de Distúrbio Somatoforme” e plenária com o tema “Revisitando a Clínica do Narcisismo e das Perversões”.

Entre os palestrantes estão Leopoldo Nosek (SP), presidente da Federação Psicanalítica da América Latina (Fepal); Leonardo Francischelli (RS), presidente do Conselho Diretor da Federação Brasileira de Psicanálise (Febrapsi); e Mário Alberto Smulever, membro da SPR.

As inscrições podem ser feitas pelo site da SPR ou diretamente na sede da entidade – Rua Belarmino Carneiro, 249 – Torre, CEP 50710-340, Recife-PE. Outras informações: (81) 3228 1756 www.spr-pe.org.br.

O Hospital Ulisses Pernambucano construído no final do século XIX, na Tamarineira, confunde-se com a história e a paisagem da Zona Norte do Recife. Nos últimos anos, o interesse em ocupar o espaço demonstrado por diversos setores da sociedade mobilizou os moradores do bairro a encontrarem alternativas que não fosse a destruição do antigo prédio.

Antes da realização do projeto, a Prefeitura do Recife propôs uma eleição sobre o destino do lote. A apuração feita na internet revelou que a maioria das pessoas queriam manter o centro hospitalar e a criação de um novo parque. Depois de aberto o edital, a empresa LF Empreendimentos e Projetos Arquitetônicos LTDA foi a vencedora para a execução do novo espaço de lazer da cidade.


Uma das idealizadoras do projeto, Luciana Raposo, defende a interação entre o parque e os pacientes do hospital psiquiátrico. “A ideia é trazer os pacientes que estiverem em tratamento intensivo para salas de terapia ocupacional que serão criadas em um novo edifício, o pavilhão da sustentabilidade”, relata a arquiteta.
Para a gestora ambiental, Carmem Cavalcanti, a empresa ficou preocupada com a questão social do empreendimento. “Fomos bastante cuidadosos na realização do projeto, pois participamos da ideia contra um shopping no local. Com isso, fizemos uma proposta com compromisso para a sustentabilidade”, argumenta.
Dentre os espaços que devem ser criados no parque estão livraria, locais de jogos, café, museu de arte moderna e espaços para práticas esportivas como o tai-chi-chuan. Depois da aprovação do projeto a empresa espera começar as obras o mais breve possível. “Falta só a prefeitura chamar para assinar o contrato. A previsão é que em 2012 esteja tudo concluído”, afirma Luciana.


Por Alex Ribeiro, especial para o DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

No Dia Mundial da Saúde Mental, lembrado hoje (10), a Organização Mundial da Saúde (OMS) cobrou mais investimentos em serviços de prevenção e no tratamento de doenças mentais, neurológicas e de distúrbios associados ao uso de drogas e outras substâncias. A organização estima que cerca de 450 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de uma perturbação mental ou de comportamento.

De acordo com o órgão, a falta de recursos financeiros e de profissionais capacitados é ainda mais grave em países de baixa e média renda – a maioria deles destina menos de 2% do orçamento para a área de saúde mental.

Outro alerta é que muitos países contam com menos de um especialista em saúde mental para cada 1 milhão de habitantes, enquanto uma parte considerável dos recursos alocados no setor são destinados apenas a hospitais psiquiátricos e não a serviços oferecidos, por exemplo, na saúde primária.

“Precisamos aumentar o investimento em saúde mental e destinar os recursos disponíveis para formas mais eficazes e mais humanitárias de serviços”, reforçou a OMS. A estimativa é que mais de 450 milhões de pessoas sofram de distúrbios mentais em todo o mundo.

Na semana passada, durante reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou os avanços obtidos no Brasil por meio da reforma psiquiátrica, instituída por lei em 2001. Segundo ele, a quantidade de procedimentos ambulatoriais em saúde mental aumentou 50 vezes em oito anos: passou de 423 mil em 2002 para 21 milhões no ano passado.

“Não podemos regredir nos avanços que tivemos na reforma psiquiátrica brasileira”, definiu o ministro. Ele também defendeu que a Reforma trabalha na construção de uma rede composta por vários serviços interligados. “Um serviço não se contrapõe ao outro. Quem quiser discutir saúde mental apenas em cima de uma ação está fadado a fracassar”, enfatizou.

Denúncias desafiam consolidação da Reforma

No fim do mês de setembro, um relatório descrevendo 76 casos de maus-tratos a pacientes internados em instituições psiquiátricas foi entregue à representante do Brasil no Subcomitê para Prevenção da Tortura da Organização das Nações Unidas, Margarida Pressburger. O documento compila casos publicados pela imprensa, denunciados à polícia ou relatados por parentes de pacientes ao observatório.

As denúncias, que incluem casos de mortes de pacientes, foram recebidas pelo Observatório de Saúde Mental e Direitos Humanos da Rede Internúcleos de Luta Antimanicomial, e organizadas pelo Conselho Federal de Psicologia.

"Nossa preocupação é fazer avançar a reforma psiquiátrica. Ainda hoje, temos hospitais que violam direitos humanos, fazendo a segregação de pessoas", afirmou o presidente do conselho, Humberto Verona.

Alguns casos dizem respeito às chamadas comunidades terapêuticas, entidades privadas ou ligadas a grupos religiosos, que passaram a ganhar espaço com o tratamento de dependentes químicos.

"Causa preocupação quando o governo anuncia seu programa de combate ao uso de crack e informa que essas comunidades terapêuticas receberão recursos públicos. Elas nunca fizeram parte da rede de atenção à saúde, não discutiram a reforma psiquiátrica, cada uma define seu método de atendimento, sem um controle social", criticou Verona.

Para ele, o governo federal deveria investir em Centros de Atenção Psicossocial (Caps), unidades públicas voltadas para a saúde mental. "Esperamos que a ONU, a partir dessas denúncias, nos ajude a sensibilizar o governo brasileiro para a questão".

Por Éverton Oliveira, da redação Saúde Plena

Fonte: Portal Pernambuco.com

Cientistas americanos anunciaram nesta segunda-feira ter criado camundongos autistas, eliminando um grupo de seus genes, com a esperança de avançar no diagnóstico e no tratamento desta doença em seres humanos.

Estudos anteriores já tinham sugerido que causas genéticas podem ser as responsáveis por este transtorno do desenvolvimento, que pode causar dificuldades de relacionamento social, reprodução de movimentos repetitivos, sensibilidade a certas luzes e sons, além de problemas de comportamento.

Algumas crianças autistas têm uma pequena supressão no cromossomo 16, que afeta 27 genes, razão pela qual cientistas do Laboratório Cold Spring Harbor, em Nova York decidiram tentar alterar geneticamente um grupo de cobaias para que tivessem a mesma mutação genética.

"A ideia de que esta supressão pudesse ser a causa do autismo era emocionante", disse a professora Alea Mills, uma das autoras do estudo, publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências.

"Assim, nos perguntamos se retirar o mesmo conjunto de genes nos ratos teria algum efeito", acrescentou.

A pesquisa demonstrou que os camundongos alterados apresentaram comportamentos similares aos observados em pessoas com autismo: hiperatividade, dificuldade para dormir, para se adaptar a novos ambientes e a execução de movimentos repetitivos.

"Os camundongos com a supressão agiram de forma completamente diferente dos camundongos normais", explicou Guy Horev, outro cientista.

Os pesquisadores também descobriram que aproximadamente a metade dos camundongos autistas morreu pouco após seu nascimento. Estudos futuros poderão revelar se este déficit genético pode estar relacionado com mortes inexplicáveis de bebês, segundo a experiência.

Ao examinar o cérebro dos camundongos em exames de ressonância magnética, os cientistas conseguiram identificar quais regiões são alteradas nos animais autistas.

Este conhecimento pode ajudar os cientistas a determinar a base fisiológica do autismo, que afeta cerca de 1% das crianças nos Estados Unidos, e possivelmente levar a diagnóstico e tratamento precoces.

As crianças que têm autismo, caracterizado por uma série de transtornos relacionados com uma química cerebral anormal, costumam ser diagnosticados por volta dos três anos de idade.

Segundo especialistas, os meninos correm de três a quatro vezes mais riscos de sofrer de autismo do que as meninas.


Da AFP Paris
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Fonte: Portal Pernambuco.com

“Há muito tempo, eu vivi calado,mas agora resolvi falar. Chegou a hora, tem que ser agora”. Os versos da música famosa na voz de Roberto Carlos são um manifesto para Aldeni B. da Silva, 55 anos. Ao ver a câmera, ela colocou os óculos escuros e a performance teve direito a guitarra imaginária e final se jogando no chão. Aldeni é uma das pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Casa Forte e do Núcleo de Atenção Psicossocial de Pernambuco (Nappe) que vai participar nesta quarta, às 19h30, da encenação Diário de um louco (R$ 10 e R$ 5), texto de Nikolai Gógol, no Teatro Barreto Súnior (Rua Jeremias Bastos, Pina). O ator Carlos Mesquita, que assumiu a direção do projeto, divide o personagem principal com 15 portadores de transtornos psicóticos graves.


“Comecei o trabalho com eles em uma oficina de literatura, mas aí veio a ideia de fazer essa peça, que eu já apresentava. Tenho mais de 30 anos de teatro e nunca tinha vivivo essa experiência. Mas quando estou com eles, para mim são todos profissionais e isso tudo gera grandes resultados”, conta Mesquita.

Nas coxias do Teatro Barreto Júnior, no ensaio geral semana passada, fomos abordadas por Célia Cunha, 46 anos, que queria ser a repórter. Uma resposta rápida, consigo reverter a situação. E ela nos conta com tranquilidade que viveu 15 anos no manicômio, mas que as artes plásticas e agora o teatro fizeram com que ela descobrisse talentos e lidasse com a depressão. Continua dizendo que o papel dela é a Flor do Mamulengo. Daí a pouco, está dançando e cantando como uma boneca-robô. “Se no teatro eu não te achar, boneco juro vou me despedaçar. Eu não consigo viver sem teu dengo, meu mamulengo”.

Os aplausos são divididos por gritos de como todos são “chique, chiquérrimos”. A frase é a preferida de Júlio César Lopes, 33 anos. De paletó e gravata, ele diz que está adorando o teatro, que tem dificuldade de aprendizado e logo depois repete o bordão: “Você vai ver, né? Somos atores, chique, chiquérrimos”. A mãe de Júlio César, Maria Alzimere, 68 anos, estava na plateia. “É bom para mostrar à sociedade que a esquizofrenia não pode ser enxergada com preconceito”.
Vanilda Guimarães Baldé, 39 anos, também fala de preconceito. No ensaio, ela assumiu o papel de maquiadora, além de ser uma das atrizes principais. “Para mim é uma honra ter sido convidada. São quatro ou cinco papéis, mas estou tentando, porque tenho apagão de memória”, conta a atriz. Depois de dizer como ama a vida e a arte, ela muda o tom. “Queria que os remédios fossem melhor, para que a gente não se transformasse em robôs da nação. Que tivesse mais psiquiatra nos postos de saúde. E que a nossa sociedade doente intelectual fosse mais respeitada. Nós somos humilhados e descartados pela sociedade, que nos deixa cada vez pior, porque chama a gente de louco. Mas não somos loucos, somos seres humanos como eles”. Recado dado, chique, chiquérrima.

Depoimentos

"Vivi no manicômio por 15 anos, até quando apareceu o hospital (Caps e Nappe) para eu começar a me tratar lá. Descobri o talento para a pintura, fiz uma exposição e vendi quase tudo. Agora estou muito contente de estar no teatro"
Célia Cunha, 46 anos

"Tenho transtorno bipolar e sou esquizofrênica. Tomo 24 comprimidos por dia. Tenho dois filhos e dois cães. Adoro maquiagem, adoro festa, adoro cantar. Toco violino, adoro a vida. Queria que a nossa sociedade ‘doente intelectual’ fosse mais respeitada"
Vanilda Guimarães Baldé, 39 anos

Por Pollyanna Diniz, do Diario de Pernambuco

Uma pesquisa inédita no mundo, coordenada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, conseguiu reprogramar células da pele de pacientes esquizofrênicos e transformá-las em neurônios. Esses neurônios foram usados para identificar características bioquímicas da esquizofrenia. E, num passo adiante, os pesquisadores puderam consertar as falhas nos neurônios, fazendo com que trabalhassem como os de uma pessoa sem a doença.


Feito exclusivamente com tecnologia nacional, o trabalho uniu cientistas da UFRJ, UFRGS, USP e Instituto Nacional do Câncer (Inca), e foi aceito para publicação pela revista “Cell Transplantation”. Sua primeira apresentação será esta manhã, na Academia Brasileira de Ciências.

Liderada pelo neurocientista Stevens Rehen, coordenador do Laboratório Nacional de Células-Tronco (LaNCE/UFRJ), a equipe isolou células da pele de 11 pacientes esquizofrênicos. Nesta primeira etapa, os cientistas trabalharam com o material extraído de uma mulher de meia idade.
Em dois meses, as células foram isoladas e multiplicadas em laboratório. Depois, foram reprogramadas com o uso de vírus que carregavam genes específicos de células embrionárias. Sua conversão em neurônios, após mais 40 dias, permitiu identificar uma anormalidade no metabolismo das células.

— Não há qualquer diferença nas células da pele de esquizofrênicos e de não-portadores do transtorno — ressalta Rehen. — Mas houve uma alteração bioquímica no estágio inicial do desenvolvimento do sistema nervoso, durante a transformação da célula embrionária em neurônio. Constatamos que este material, nos pacientes com esquizofrenia, consome duas vezes mais oxigênio do que uma pessoa saudável.

Segundo o neurocientista, a mudança no metabolismo não aumentou a ocorrência de morte celular. Ainda assim, pode ter alterado a produção de proteínas e o processo de envelhecimento das células, além da troca de informações entre elas.

Estas falhas foram remediadas na última etapa do estudo, quando os pesquisadores usaram ácido valproico, uma substância usada no tratamento de portadores de transtornos mentais. Foi a primeira vez no mundo em que se reverteu, no laboratório, marcas bioquímicas de neurônios humanos com esquizofrenia.

As células produzidas em laboratório podem ser multiplicadas em quantidades praticamente infinitas. A placa em que são colhidas tem 384 espaços — cada um deles pode gerar uma colônia. E esta placa pode ser usada dezenas de vezes.
"Poderemos testar centenas de tratamentos para o transtorno mental ao mesmo tempo", explica Rehen. "Os neurônios que vêm da pele vão acelerar o processo de identificação desses medicamentos. Vamos conversar com os psiquiatras do nosso grupo de pesquisadores para identificar que remédios, e em que dosagem, terão prioridade".
É, de acordo com ele, o início de uma medicina personalizada — afinal, alguns pacientes usam vários remédios até encontrar um que reduza seus surtos psicóticos. E o melhor: tudo será feito em laboratório, sem que a pessoa sirva como cobaia.

A conversão em neurônios das células de pele de outros dez pessoas com a doença já está em andamento. A partir deste estudo, Rehen quer criar um banco de células-tronco reprogramadas de pacientes com desordens mentais.

"O caminho para a cura de doenças mentais passa pela análise das células vivas. Não devemos limitar o estudo aos tecidos de pacientes mortos, como era feito até agora", assinala Rehen. "Nossa ideia é formar este banco de células e torná-lo disponível a quem quiser estudar".
Este é apenas o segundo trabalho no mundo que mostra alterações nas células de esquizofrênicos. Uma grande vantagem do estudo, segundo Rehen, é ter a etapa inicial com células da pele, que podem ser obtidas com facilidade. Os dados obtidos sobre o transtorno mental a partir deste método peculiar casam com outros indicadores, já corroborados pela literatura médica.

Uma em cada cem pessoas do mundo sofre de esquizofrenia, um transtorno psiquiátrico crônico, grave e incurável, normalmente iniciado na adolescência ou no início da vida adulta. No Brasil, a doença acomete 1,9 milhão de pacientes — quase o triplo dos portadores de HIV (630 mil) — e provoca um gasto público anual superior a R$ 25 milhões.

Da Agência O Globo
Fonte: Portal Pernambuco.com

Nova pesquisa mostra probabilididade de 19%, contra 10% anteriores; segundo a equipe, este é o maior estudo feito na direção


Do G1

Uma nova pesquisa mostra que a probabilidade de que uma criança que tenha um irmão mais velho autista também desenvolva a síndrome é bem maior do que se imaginava: 18,7%, enquanto a estimativa anterior variava entre 3% e 10%.

Os pesquisadores trabalharam com 664 crianças que já tinham pelo menos um irmão autista. A idade média para o início do acompanhamento foi de oito meses. Entre os meninos, 26,2% tiveram a síndrome, e o número para as meninas foi de 9%. Nos casos em que o paciente tinha mais de um irmão com autismo, a recorrência foi de 32,2%

O estudo publicado pela revista Pediatrics é considerado pelos autores como o mais completo já realizado com o objetivo específico de constatar o aparecimento do autismo entre irmãos. Com os novos dados, há mais uma evidência de que os fatores genéticos influenciam o desenvolvimento da síndrome.

“Pais perguntam com frequência qual é o risco de ter um segundo filho com desordens do espectro autista e, até agora, não tínhamos muita certeza da resposta”, disse Sally Ozonoff, professora da Universidade da Califórnia, em Davis, EUA, autora do estudo.

“Esse estudo mostra que irmãos mais novos de crianças com desordens do espectro autista precisam ser seguidas com muita atenção, o que exige algo a mais de que o acompanhamento normal que um pediatra costuma fazer”, concluiu a pesquisadora.

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

O risco de uma criança sofrer de autismo é maior do que se pensava até agora quando um ou mais de seus irmãos mais velhos já padecem desta complexa síndrome, de acordo com uma nova estimativa publicada nesta segunda-feira nos Estados Unidos.


Esta probabilidade, que era considerada de 3 a 10% antes desta pesquisa é, na realidade, de 18,7%, segundo revela este estudo realizado por cientistas da Universidade da Califórnia em Davis e com a participação do Instituto M.I.N.D.

Para os homens, o perigo é ainda maior, de mais de 6%, e supera os 32% quando dois de seus irmãos mais velhos são autistas.

Cerca de 80% das crianças autistas é do sexo masculino, algo confirmado por este estudo realizado com 664 pacientes.

Os pesquisadores fizeram um acompanhamento do grupo dos oito meses de idade em média até os três anos, quando as crianças foram examinadas para ver se sofriam de autismo.

Nas famílias nas quais já havia um filho com autismo, o índice de irmãos e irmãs menores que também terminaram padecendo desta síndrome é de 20,1%. Essa taxa sobe para 32,2% no caso de mais de um irmão autista.

Somente 37 dos participantes do estudo estavam nesta circunstância.

"Este é o estudo mais extenso já realizado com irmãos e irmãs menores de crianças autistas", afirmou a dra. Sally Ozonoff, professora de Psiquiatria e Ciências do Comportamento no Instituto M.I.N.D. e principal autora do trabalho.

"Nenhuma outra pesquisa colocou em evidência até agora um risco tão elevado que essas crianças passam de padecer de autismo", acrescenta em um comunicado.

Este documento foi postado no site do jornal Pediatrics e será publicado na imprensa em setembro.

Os pesquisadores enfatizaram também os indícios claros do papel desempenhado pelos fatores genéticos no desenvolvimento do autismo, um problema complexo que afeta a capacidade da criança de pensar, de se comunicar, de interagir socialmente e de aprender.

Nos Estados Unidos, calcula-se que o autismo afete uma em cada dez crianças nascidas atualmente.

Da AFP Paris

No Recife existem seis unidades que oferecem ajuda para o problema; o apoio da família é crucial para o tratamento do dependente

Da Redação do pe360graus.com

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Muitas pessoas em Pernambuco não conseguem se livrar do vício em drogas e precisam de ajuda mas, não sabem onde encontrar auxílio. Atualmente há uma rede a disposição dessas pessoas, são os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Uma das unidades fica no bairro do Hipódromo. No local, 120 usuários realizam um programa que inclui, além do tratamento do vício, a reinserção social.

De acordo com gerente do CAPS do Hipódromo, Magda Figueroa, o tratamento é elaborado de tomando como base as necessidades de cada paciente. “O usuário é acolhido pelo serviço e é discutido com ele a maneira como se dará o tratamento. A partir daí é constituído um projeto terapêutico, onde ele poderá participar de terapias de grupo, terapias ocupacionais, oficinas de geração de renda, atividades na academia da cidade, tudo de acordo com o perfil de cada um”, explica.

A unidade do Hipródromo é um dos seis CAPS ‘AD’ que oferecem tratamento no Recife. Dois desses centros são destinados ao tratamento de adolescentes. As letras AD referem-se aos tratamentos do uso de álcool e drogas, oferecidos nas unidades. Ao todo, cerca de três mil pessoas já foram atendidas nos Centros de Atenção Psicossocial da cidade.

Faz parte do tratamento incentivos para que os dependentes retomem as suas vidas. “Nós estimulamos a vivência dos hábitos que ficaram esquecidos durante o processo do adoecimento. Nós estimulamos desde o cotidiano, incentivando cuidados com o ambiente em que eles vivem até a vida profissional, realizando encaminhamentos para bolsa emprego”, destaca a gerente do CAPS.

O acompanhamento da família é um fator muito importante para a recuperação do usuário. O Consultórios de Rua, que é um equipamento específico para o tratamento de álcool e outras drogas, realiza a abordagem dos dependentes e familiares nos locais públicos, ajudando a identificar o problema. Segundo a diretora geral de atenção à saúde do Recife, Bernadete Perez, o processo de cura da dependência não é tarefa fácil e a participação dos familiares é fundamental. “Com o apoio da família existem mais chances da continuidade do tratamento, já que a taxa de reincidência é alta”, afirma.

Os Centros de Apoio Psicossocial atendem os dependentes durante o dia. Caso haja a necessidade de internação, existem quatro albergues terapêuticos no Recife, que atendem homens e mulheres. Os usuários ficam no local por um período de 45 a 60 dias em média, intervalo que varia de acordo com cada caso.

Os interessados em buscar auxílio para o tratamento de drogas nos CAPS do Recife podem ligar para 0800 281 1520 e buscar mais informações.

REDE ESTADUAL
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos possui dois centros de referência e atendimento aos usuários de drogas (Craud). Um fica no Recife e o outro no município de Bom Jardim, Agreste do estado. Cada unidade realiza 30 atendimentos por dia, das 8h às 20h. Existem também três centros de atendimento aos usuários de drogas (Caud), que ficam em Igarassu, Caruaru e Ouricuri, que funcionam 24h, atendendo casos de média e alta complexidade.

A saúde pública brasileira pode ser considerada um exemplo da necessidade de o Estado investir mais no Sistema Único de Saúde (SUS) e nas universidades federais e estaduais para garantir uma das necessidades básicas do cidadão e assim que ele busque sua felicidade. A especialista em transtornos afetivos e coordenadora do laboratório de psiquiatria da Universidade de Brasília (UnB), Maria das Graças de Oliveira, destacou que a rede pública enfrenta um quadro “caótico”, o que inviabiliza, por exemplo, o tratamento de cerca de 12,4 milhões de pessoas com uma doença conhecida como transtorno bipolar.

Esse transtorno afetivo é caracterizado por uma oscilação brusca de humor, quando passam por momentos de “pseudofelicidade” ou euforia, para logo depois entrar em depressão. A psiquiatra disse que do total de pessoas com transtorno bipolar, 1,8 milhão sofre do tipo 1 da doença, o estágio mais grave.

“Na verdade, nem os serviços públicos nem os serviços privados tem capacidade de atender a um contingente desses. Não tem serviços de saúde mental para todo mundo”, ressaltou a médica.

Maria das Graças acrescentou que a maioria dos brasileiros, principalmente os mais pobres, portadores do transtorno bipolar não contam com atendimento ambulatorial e, muito menos, psicoterapia. Para dar essa oportunidade de atendimento pelo SUS, seria necessário investimentos maciços nos hospitais públicos e universitários, especialmente em equipamentos de alto custo no mercado.

A coordenadora do Laboratório de Psiquiatria da UnB cobrou das próprias universidades públicas a responsabilidade por pesquisas de desenvolvimento de tecnologias que permitam “abordagens psicossociais” mais viáveis economicamente para atender um número maior de pacientes bipolares que vivem momentos de uma “felicidade artificial”. “É óbvio que a indústria farmacêutica não vai fazer isso, ela vai pesquisar medicamentos. Quem tem que pesquisar [isso] somos nós da universidade. Eu diria que temos o dever ético de fazê-lo”.

Pesquisas científicas demonstram que essa doença, que oscila entre momentos de euforia e depressão, geralmente é diagnosticada com mais precisão entre os 18 e 25 anos. Segundo ela, estudos mais recentes mostram que, em muitos casos, os portadores da bipolaridade já apresentam os sintomas de um humor patológico desde a infância.

Essa pseudofelicidade, no caso do transtorno bipolar, é caracterizada por estados de impulsividade, arrogância, pensamento acelerado, fala rápida e com atropelo de palavras sem permitir a terceiros participarem da conversa, pouco período de sono e, o mais grave, atos de inconsequência que lhe trazem repercussões negativas a curto prazo.

Maria das Graças aposta nas trocas de experiências entre as pessoas com bipolaridade, pela formação de grupos de apoio, criando uma “rede de proteção”, em que a pessoa e seus familiares se sintam acolhidos. Ela foi uma das responsáveis por viabilizar, em 1999, a Associação Brasileira de Familiares Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata) que atua no Hospital das Clínicas de São Paulo.

“O motivo é sentir que você não está sozinho no mundo. Isso já é muito bom. Já tem, psicologicamente um efeito de proteção coletiva”, disse a psiquiatra. Ela acrescentou que o grupo funciona como uma forma de o paciente aprender a lidar melhor com a doença, a partir das experiências de outra pessoa.

Um grupo parecido atua a cerca de dois anos em Brasília, é o Núcleo de Mútua Ajuda a Pessoas com Transtornos Afetivos (Apta), também concebido por Maria das Graças e outros profissionais da Faculdade de Medicina da UnB. Os integrantes reúnem-se todos os sábados, entre as 15h e as 16h30. Para participar dos encontros, basta entrar em contato com a Faculdade de Medicina pelo telefone (61) 3107-1978.


Da Agência Brasil
Fonte: Potal Pernambuco.com

Um levantamento feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que 44% dos remédios controlados vendidos em farmácias e drogarias são para o tratamento de transtornos mentais e de comportamento.

Os dados fazem parte do primeiro Boletim de Farmacoepidemiologia do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) divulgado pela Anvisa, que traz um perfil do consumo de 143 medicamentos de venda controlada, no período de março de 2007 a março de 2010. O monitoramento é feito a partir das receitas médicas retidas e notificações de entrada e saída de produtos em mais de 39 mil estabelecimentos, localizados em 3,5 mil municípios.

Os transtornos mentais e comportamentais estão dentro do grupo de doenças do sistema nervoso central, que respondem por 74,8% dos remédios controlados consumidos no país. De acordo com a Anvisa, existem 70 tipos diferentes de princípios ativos registrados no país que agem no sistema nervoso.

As informações do boletim, segundo a Anvisa, serão usadas para traçar estratégias de fiscalização da venda dos remédios e também monitorar o uso dessas substâncias. Os medicamentos controlados englobam os de tarja preta e emagrecedores, por exemplo.

O documento passará a ser divulgado a cada seis meses, de acordo com a agência reguladora.

Da Agência Brasil

Jomar Mesquita chega ao Recife nesta quarta, vindo direto de Nova York, para acompanhar a apresentação do espetáculo Por um fio, de sua companhia, a Mimulus, de Minas Gerais. Num dos momentos mais aguardados da 9ª Mostra Brasileira de Dança, oito bailarinos, incluindo o próprio diretor artístico e coreógrafo, levam ao palco do Teatro Luiz Mendonça, do Parque Dona Lindu, às 20h, o trabalho que integra as danças de salão a uma movimentação mais contemporânea, com inspiração no universo de Arthur Bispo do Rosário. Os ingressos custam R$ 15 e R$ 7,50 (meia-entrada).

Considerado louco por alguns e um gênio das artes por outros, Bispo do Rosário, falecido em 1989, era interno da Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, onde deixou uma obra marcada por bordados intrincados e escritos poéticos.

Emaranhados de fios elétricos e lâmpadas servem de cenário em Por um fio, que traz uma trilha sonora eclética, mixada pelo diretor. Assim, os casais de bailarinos são embalados por músicas de Adoniran Barbosa, Caetano Veloso, Zeca Baleiro, Chopin e Camille Dalmais. O espetáculo, que tem 58 minutos de duração, estreou em Belo Horizonte, em 2009, e também já foi visto em São Paulo.

Outras participação de Jomar Mesquita na Mostra de Dança será no sábado, às 10h, no salão nobre do Teatro de Santa Isabel, quando ele coordena uma palestra-espetáculo, em que detalha seus 20 anos de experiência no mundo da dança. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail mostradancarecife@gmail.com.

Ainda nesta quarta, Romildo Moreira relança o livro Janeiro de Grandes Espetáculos - Origens e perspectivas, às 19h30, no hall do Luiz Mendonça, no qual radiografa a trajetória do evento, de 1995 a 2010. Às 10h30, na praia de Boa Viagem, em frente ao Acaiaca, a última oportunidade de ver o solo MAR-íntimo, da gaúcha Geda Cia.

Por Tatiana Meira, do Diario de Pernambuco
Fonte: Portal Pernambuco.com

Arraial vai abrir espaço para interação entre pacientes com transtornos psicóticos e a população; entrada é gratuita

O CAPS Casa Forte realiza, nesta terça (28), a partir das 18h, a tradicional festa de São Pedro que há nove anos promove a aproximação entre os pacientes da casa e a população. A entrada é gratuita.

O arraial é aberto a todos que queiram participar da folia e conhecer mais de perto a proposta do Ateliê da Casa. O espaço acolhe pacientes com transtornos psicóticos e funciona como centro de convivência e hospital-dia, onde as pessoas em tratamento produzem arte, cultura e educação na busca pela profissionalização, reabilitação e reinserção social.

A festa conta com danças e show com o sanfoneiro Zé Ceará. A decoração foi toda feita pelos próprios pacientes e barraquinhas com comidas típicas também farão parte do arraial. O CAPS Casa Forte fica na rua Marechal Rondon, 256. Mais informações pelo número 3441.0433.


Fonte: Portal PE360º.com

A 18ª residência terapêutica do Recife foi inaugurada nesta sexta-feira (10). O local, que funciona no bairro de Afogados (Distrito Sanitário V), vai abrigar oito pacientes (seis homens e duas mulheres) do antigo Hospital Psiquiátrico de Pernambuco (HPP), de Boa Viagem. Com esses pacientes, a Rede Municipal de Saúde contabiliza agora 93 moradores distribuídos nas 18 unidades distribuídas pela cidade.

Segundo as informações da Prefeitura do Recife, esses pacientes passaram cerca de 20 anos internados em instituições psiquiátricas. Eles serão inseridos na Rede Municipal de Saúde e receberão assistência pelo Centro de Atenção Psicossocial Galdino Loreto e pelo PSF do território. A intenção é proporcionar a busca pela autonomia de cada morador.

Fonte: Portal Pernambuco.com

A primeira consulta é de graça e as demais custam R$ 20; o atendimento é feito a crianças, adolescentes, adultos e idosos

Quem precisa da assistência de um psicólogo e não tem como pagar pode procurar a clínica de psicologia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). A primeira consulta é de graça e o atendimento é feito a crianças, adolescentes, adultos e idosos.

A clínica recebe, em média, 230 pacientes por mês e conta com uma equipe de supervisores, psiquiatras, psicólogos clínicos e 68 alunos, que realizam as consultas. “É uma clínica-escola com a finalidade de oferecer campo de estágio aos alunos que estão terminando o curso de psicologia. Eles atendem a clientela sob a supervisão dos professores”, afirma a coordenadora da clínica, Iaraci Advíncula.

Ao chegar à clínica, o paciente passa por uma entrevista. “Para poder saber qual é a questão, o que está motivando a procura clínica. Nós fazemos outras entrevistas para daí fazer um encaminhamento adequado. Se for necessário, haverá o atendimento individual e, no caso, temos também atendimento em grupo”, diz a coordenadora.

Iaraci Advíncula explica que a primeira entrevista é gratuita, mas as próximas custam R$ 20: “Dependendo da situação financeira das pessoas, nós temos um serviço social que avalia e dá um desconto de acordo com a situação de cada um”.

SERVIÇO:
Clínica de psicologia da Unicap
8º andar do bloco B do campus
Rua do Príncipe, 526 - Boa Vista
De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 21h30
Informações: (81) 2119.4115

Fonte: Portal PE360graus.com

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

A frequência do autismo é subestimada, revela um estudo realizado na Coreia do Sul e publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos, baseado, pela primeira vez, em uma mostra representativa do conjunto da população infantil escolarizada de um país.

Segundo a pesquisa, uma criança em cada 38 sofre desse fenômeno patológico na Coreia do Sul. Nos Estados Unidos, a taxa estimada é de uma criança em 110.

O estudo sul-coreano, publicado no site do American Journal of Psychiatry, foi realizado por uma equipe internacional de cientistas americanos, canadenses e sul-coreanos. Foram estudadas 55.000 crianças de entre 7 e 12 anos.

"Os resultados fazem pensar que o autismo está subdiagnosticado e que uma detecção rigorosa, assim como estudos baseados em grandes mostras de população poderiam ser necessários para se obter estimativas mais exatas da frequência disso no desenvolvimento", destaca a médica Geraldine Dawson, da organização Autism Speak que financiou parte da pesquisa.

A divergência entre os especialistas sobre as causas e a frequência do autismo se explica pela variação de critérios para estabelecer o diagnóstico, e também porque os estudos epidemiológicos são incompletos, conclui o médico Young-Shin Kim, do Centro de investigação sobre a Criança, da Universidade de Yale (Connecticut, leste).

O autismo é uma patologia, produto de anomalia neurológica durante o período de desenvolvimento do cérebro, com origem não determinada.

Da AFP Paris


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A Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife (Ampare) realiza, hoje e amanhã, o V Forúm Ampare. O evento vai acontecer na Associação Médica de Pernambuco (AMPE), localizada na rua Oswaldo Cruz, nº 393, bairro da Boa Vista, local onde também funciona a instituição, para comemorar os 10 anos de fundação da entidade.

A presidente da instituição, Socorro Capiberibe, que durante 18 anos conviveu com o Transtorno do Pânico, fará o lançamento oficial do livro documentário Ampare - 10 anos. A obra reúne toda trajetória da Associação, os forúns, as diretorias e os principais momentos da trajetória a serviço da saúde mental. O exemplar tem 310 páginas, é editado pela Nacional Grágica e Editora.

Entre os principais assuntos que serão debatidos no Forúm estão: O Pânico nas diversas abordagens (Análise Centrada na Pessoa, Analítica, Gestalt e Terapia Coognitiva Comportamental), Depressão na gravidez, Transtorno Bipolar do Humor, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e a relação entre a família e a psicoterapia.

O Sanatório Penal do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, recebe a partir de hoje (27) a versão compacta do 1º Festival Internacional de Humor em DST e Aids. A mostra, que reúne 150 cartuns de artistas de mais de 150 países, fica em exibição na unidade até 27 de maio. Os internos do Sanatório Penal poderão ainda participar do concurso de cartuns sobre o tema realizado pelo Centro Cultural do Ministério da Saúde (CCMS), também responsável pela exposição, em parceria com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).

Lançado em novembro do ano passado, o projeto cultural que abrange o festival e o concurso já percorreu três unidades do Complexo do Gericinó. A quarta é o Sanatório Penal que possui 107 leitos masculinos e nove femininos e é considerado referência para o tratamento da tuberculose no sistema penitenciário fluminense. Ao longo dos próximos dois anos, outras 20 unidades da Seap receberão o projeto.

O concurso já conta com cerca de 50 charges inscritas, de autoria dos internos das três unidades percorridas até agora pelo projeto. Segundo o CCMS, o objetivo é, por meio dos cartuns, divulgar informações sobre a prevenção e o tratamento da aids e das doenças sexualmente transmissíveis (DST), além de estimular a criatividade artística dos internos.

Além de cartunistas brasileiros, a exposição exibe trabalhos de representantes de países como Croácia, China, Espanha, Coreia do Sul e Cuba. A mostra itinerante conta ainda com uma programação paralela de cursos, oficinas, palestras e exibição de vídeos do acervo do CCMS sobre sexualidade e DST.

Inaugurado em 2001 no Rio de Janeiro, o Centro Cultural do Ministério da Saúde já abrigou exposições nacionais e internacionais. Além do Festival Internacional de Humor em DST e Aids, foram destaque as mostras Memória da Loucura, sobre os 150 anos da psiquiatria no Brasil, Cinco Artistas do Engenho de Dentro e o Museu Vivo do Engenho de Dentro, com as obras criadas nos ateliês terapêuticos do Museu de Imagens do Inconsciente. Uma visita virtual a essas e outras exposições pode ser feita no site www.ccs.saude.gov.br .

Da Agência Brasil

Caso Wellington de Oliveira tivesse sido avaliado na infância e recebido tratamento adequado, a tragédia na escola Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, poderia ter sido evitada. A afirmação é do psiquiatra Timothy Brewerton, especialista em infância e adolescência e estudioso de casos de tiroteios em escolas, como a de Columbine, nos Estados Unidos, onde dois estudantes mataram 13 colegas em 1999, deixando 21 feridos.

Timothy Brewerton está no Brasil com mais sete psiquiatras e um psicólogo norte-americanos para conhecer o trabalho de algumas instituições que desenvolvem serviços para a infância e adolescência. Ele deu uma palestra para estudantes do curso de psiquiatria infantil da Santa Casa da Misericórdia, no centro do Rio.

“Há muitos distúrbios mentais associados à violência que podem ser identificados precocemente e, se tratados, é possível, sim, evitar que esse indivíduo se transforme num futuro antissocial ou psicopata. Por isso, segundo ele, o papel do Estado é vital, oferecendo um programa educacional e de saúde voltado para a pré-escola.”

O médico explicou que a maioria das doenças mentais se desenvolve na infância e na adolescência. “E este é o momento de intervir, pois faz uma enorme diferença e pode determinar o futuro dessa criança ou adolescente”.

Brewerton disse que embora o bullying (agressões entre alunos) esteja associado a 75% dos casos de ataques a escolas, este não é o fator determinante, mas, sim, o fato de que todos os atiradores que sofreram bullying apresentavam transtornos mentais. O psiquiatra alertou, no entanto, que a pratica de bullying é responsável por muitos problemas de saúde mental e devem ser reprimidos.

“A maioria das escolas americanas fecham os olhos para esse tipo de problema e algumas culpam mesmo a criança que sofre o bullying. Quando há uma briga, as duas crianças são suspensas ou punidas. A violência nas escolas é um problema de saúde pública e é preciso enfrentar isso com mais seriedade”.

Ele informou que dados da Associação Nacional de Educação dos Estados Unidos mostram que 160 mil crianças faltam aula diariamente por medo de ataques ou intimidações. O psiquiatra mostrou que entre 1966 e 2011 ocorreram 66 incidentes envolvendo atiradores em escolas. Do total 70% foram nos EUA (46) e 76% (57) cometidos por adolescentes. “Não existe um perfil. É impossível criar um esterótipo de um possível atirador. Mas posso garantir que a assistência de saúde mental evita todos os dias um ato violento na sociedade”.

O fácil acesso a armas para ele é decisivo no alto número de ataques a escolas em seu país, e não deve ser ignorado, embora as autoridades norte-americanas se recusem a discutir o assunto. “Em 2009, um em cada dez jovens levou uma arma para a escola”, lamentou o médico. “E 58% dos casos de expulsão nas escolas foram por porte de arma, sendo 17% por arma de fogo”.

No entanto, segundo o médico é importante enfatizar que apenas 1% das mortes de crianças ocorre nas escolas, que ainda são um dos locais mais seguros do mundo.

Da Agência Brasil

O reconhecimento público de Catherine Zeta-Jones de que sofre de trastorno bipolar foi bem recebido por grupos de saúde mental, que consideram que a atitude da atriz ajuda a combater o preconceito contra a doença.

A atriz britânica, que ano passado ajudou o marido, Michael Douglas, em uma batalha contra um câncer de garganta, provavelmente será obrigada a viver com a enfermidade.

"É uma doença que afeta sobretudo pessoas hiperativas", declarou à AFP Martin Evers, diretor adjunto do hospital Northern Westchester de Nova York.

"É importante combater a estigmatização da doença e, justamente, no caso dos problemas de comportamento, insistir no fato de que pode seguir levando uma vida extremamente produtiva".

A representante da atriz de "Chicago", Cece Yorke, surpreendeu na quarta-feira o mundo do espetáculo ao anunciar que "depois do estresse do ano passado, Catherine decidiu passar um período em um centro especializado para tratar os transtornos maníaco-depressivos".

"Ela está muito bem e está impaciente para começar a trabalhar esta semana nos próximos dois filmes", completou.

Entre os projetos da atriz de 41 anos estão o filme do diretor italiano Gabriele Muccino "Playing the field", além de "Lay the favorite", do cineasta britânico Stephen Frears.

Catherine Zeta-Jones ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por seu papel no musical "Chicago" (2002). Também participou de sucessos como "Traffic" e "Doze Homens e um Segredo".

Para a Aliança Nacional das Enfermidades Mentais (NAMI, na sigla em inglês), o anúncio público de uma atriz famosa ajuda as pessoas que sofrem dos mesmos problemas.

"Ela está ajudando a normalizar este estado", declarou à AFP Katrina Gay, diretora de comunicação da NAMI.

"As doenças mentais são, no geral, enfermidades que incomodam as pessoas quando se fala e, portanto, ficam como algo misterioso e, às vezes, inclusive vergonhoso e com um estigma".

Ela disse que o anúncio por parte de uma celebridade abre o caminho para mais informações e conscientiza as pessoas sobre o assunto.

Muitas personalidades do mundo das artes e da política sofreram com enfermidades do mesmo tipo, entre elas Sir Winston Churchill.

Entre os artistas com distúrbio bipolar, um trastorno do humor caracterizado por episódios que alternam euforia e depressão estão Carrie Fisher, Ben Stiller, Russell Brand, Mel Gibson, Britney Spears e Brian Wilson, segundo a revista The Hollywood Reporter.

De acordo com o relações públicas Dan Schawbel, o anúncio de Zeta-Jones não deve prejudicar a carreira da atriz e, certamente, atrairá mais simpatia do público.

"Quando as celebridades revelam suas doenças, as pessoas as respeitam ainda mais. É preferível que uma atriz admita que está enferma porque o público acabará descobrindo de outra maneira".

Da AFP Paris

Evento acontece na Associação Médica de Pernambuco; as inscrições estão abertas e podem ser feitas através do telefone 3222-6252

Da Redação do pe360graus.com


A Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife (Ampare) realiza, nos dias 29 e 30 de abril, o 5º Fórum Ampare. O evento vai acontecer na Associação Médica de Pernambuco (Ampe). As inscrições já estão abertas e podem ser feitas através do telefone 3222-6252.

Até a próxima sexta-feira (15), estudantes e associados da Ampare pagam R$ 30 e profissionais R$ 50. Após essa data os valores serão reajustados para R$ 50 e R$ 70 respectivamente. Todos os participantes receberão certificados.

Entre os principais assuntos que serão debatidos no Forúm estão: O Pânico nas diversas abordagens, Depressão na gravidez, Transtorno Bipolar do Humor, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e a relação entre a família e a psicoterapia.

Clique aqui e confira a programação completa do V Fórum Ampare

A Ampe está localizada na rua Oswaldo Cruz, nº 393, bairro da Boa Vista, local onde também funciona a instituição.

LIVRO
No evento, a presidente da instituição, Socorro Capiberibe, que durante 18 anos conviveu com o Transtorno do Pânico, fará o lançamento oficial do livro documentário Ampare - 10 anos. A obra reúne toda trajetória da Associação, os fóruns, as diretorias e os principais momentos da trajetória a serviço da saúde mental. O exemplar tem 310 páginas, é editado pela Nacional Gráfica e Editora e será comercializado ao preço de R$ 20.

SERVIÇO
V Forúm Ampare sobre saúde mental Dia 29 e 30 de abril de 2011 Associação Médica de Pernambuco (Rua Oswaldo Cruz, nº 393, Boa Vista)
Investimento: R$ 30 (estudantes e associados) e R$ 50 (profissionais), até 15 de abril. Após essa data, R$ 50 (estudantes e associados) e R$ 70 (profissionais) Informações: (81) 3222-6252
www.ampare-pe.com.br

A peça Diário de um louco, escrita por Nikolai Gogol em 1835, é encenada nesta quinta, às 20h, no Espaço Muda. Além do ator Carlos Mesquita, que interpreta o personagem principal, participam do espetáculo pessoas atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Casa Forte. A versão apresentada foi adaptada pelo escirtor Rubem Rocha Filho e originalmente dirigida por Zdenek Hampl. Os ingressos custam R$ 10. Endereço: Rua do Lima, 280, Santo Amaro. Informações: 3032-1347. Censura: 14 anos. Sinopse: O “Diário de um Louco" de Gogol, narra em primeira pessoa e com um bom humor insuperável, as desventuras de um funcionário público que literalmente enlouquece. O processo se dá por uma série de motivos, em especial um a paixão platônica do protagonista por Ritoca, a filha de seu chefe, mas também ao interceptar a correspondência de dois cachorros, depois de ter visto Fifi (a cadelinha de Ritoca) conversando com sua amigo Fiel (turfao). O processo de enlouquecimento se acelera ainda mais graças aos maus-tratos aos quais é submetido todos os dias, que o fazem desejar que o matem de uma vez. Enfim, mais do que um divertidíssimo relato sobre um assunto sério como a loucura, este é também um guia de como agir quando a vida se tornar tão insuportável a ponto de nos encurralar entre a loucura e a morte. Do Pernambuco.com

Um médico plantonista do do Hospital Ulisses Pernambucano, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, foi agredido por um paciente que deu entrada na unidade de saúde esta madrugada com um surto psicótico.

O policial militar reformado de 31 anos, que sofre de transtornos mentais, teria utilizado uma faca de cozinha para tentar ferir o profissional. A faca atingiu a mão do médico, que tentou defender a região do pescoço.

O caso foi levado para a Delegacia de Casa Amarela e em seguida para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). O paciente foi liberado depois que o médico desistiu de prestar uma queixa formal. O paciente foi levado de volta ao hospital para receber medicação.

São Paulo – Mais da metade dos portadores de transtorno bipolar - 57,3% - não recebe tratamento, de acordo com um estudo mundial que avaliou 61.392 pessoas acima de 18 anos em 11 países. Em todo o mundo, 2,4% da população é acometida pela doença. No Brasil foram avaliadas mais de 5 mil pessoas concentradas na Região Metropolitana de São Paulo, dos quais 42,7% estavam sendo tratadas. O transtorno bipolar traz ao indivíduo oscilações de humor entre depressão e euforia e pode causar irritabilidade, agressividade e ideias suicidas. Segundo a coordenadora de Epidemiologia do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) e responsável pela pesquisa no Brasil, Laura Helena de Andrade, muita gente não é diagnosticada e por ser uma doença grave, com muitas consequências na vida da pessoa, acarreta piora na qualidade de vida, incapacitação e possível agravamento da doença. “Para mais pessoas serem diagnosticadas é preciso haver campanhas de esclarecimento, treinamento do profissional de saúde no atendimento primário que recebe a pessoa com problemas de comportamento como álcool e drogas, e o transtorno bipolar não é reconhecido”. Laura ressaltou que 10% dos casos detectados no ano anterior à entrevista são graves e que geralmente os transtornos psiquiátricos são quadros crônicos que começam cedo na vida e por isso há prejuízos no desenvolvimento pessoal, educacional, profissional. No caso do transtorno bipolar, há uma repetição dos casos, que com o tempo se tornam cada vez mais graves e frequentes. “Compromete a vida toda do indivíduo e da família. O quadro é grave porque pode ser associado a taxas maiores de suicídio”, explicou. O psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria, Ricardo Alberto Moreno, explicou que o portador de transtorno bipolar deve ser tratado por toda a vida com estabilizadores de humor, e não só os surtos de depressão ou estado misto, que varia entre euforia e depressão. “Muitas vezes o médico recebe o paciente em estado de depressão e diagnostica como depressão unipolar erroneamente sem levar em consideração episódios anteriores ao do quadro atual. Se o paciente apresentar episódios de mania, euforia ou hipomania e depressão é fechado o diagnóstico de transtorno bipolar”. Moreno ressaltou que o tratamento tem uma eficácia boa. Com o medicamento estabilizador de humor ministrado corretamente diminui-se muito a chance de novas crises ao longo da vida e isso faz com que o indivíduo tenha uma volta à sua vida normal ou próxima disso. O garçom Rangel Lemes Antônio contou que antes de diagnosticar a doença ele vivia dentro de casa e não queria fazer nada, até que sua mãe procurou um especialista. Segundo ele, os momentos de depressão eram comuns e de repente se alteravam para euforia. “Depois do tratamento tive mais autoestima e o bipolar estabilizado é capaz de trabalhar. A sensação é a de me sentir normal, sem deficiência nenhuma. Na verdade tudo funcionava, só a cabeça não. Agora está funcionando até demais”. O coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria explicou que a doença se manifesta no início da vida adulta e na adolescência. “Nesse período as crises sucessivas podem comprometer o desenvolvimento da pessoa, e a cada crise o indivíduo sofre perdas importantes em todos os sentidos”. Além disso, há as doenças que podem caminhar junto com o transtorno como o abuso no uso de álcool e das drogas, que pioram o quadro porque há a somatória do prejuízo de duas doenças ao mesmo tempo. “Podem aumentar as crises, os comportamentos de risco, a baixa adesão ao tratamento, fora a deterioração física ao longo do tempo. O importante é estabelecer estratégias diferenciadas tratando cada doença com os recursos disponíveis”, recomenda. O psiquiatra destacou que a postura da família é muito importante porque ambos sofrem com as consequências da patologia, por isso é importante educar as pessoas que rodeiam o portador sobre o que é o transtorno bipolar. “Temos que lidar com alguns aspectos: a ignorância e a desinformação, o preconceito, inclusive instruindo o paciente de que ele não pode cair nessa armadilha. Eu costumo dizer que o transtorno bipolar é um aspecto da vida do paciente, mas não a vida toda dele”. Da Agência Brasil

A Secretaria de Saúde do Recife inaugura hoje a 16ª residência terapêutica da cidade. A unidade, localizada no bairro da Várzea, será mantida por meio de um convênio entre a prefeitura e o Hospital Santa Casa de Misericórdia do Recife. O espaço vai abrigar oito pacientes advindos do antigo Hospital Psiquiátrico Alberto Maia, no município de Camaragibe.

Segundo a gerente de Atenção à Saúde Mental do Recife, Alyne Lima, os integrantes do grupo passaram cerca de 15 anos internados em instituições psiquiátricas e serão inseridos na Rede Municipal de Saúde onde receberão assistência pelo Centro de Atenção Psicossocial e pelo PSF do território. Com esses pacientes, a Rede Municipal de Saúde contabilizará 78 moradores distribuídos nas 16 unidades distribuídas pela Cidade.

A ideia é ampliar os espaços de troca e a buscar pela autonomia de cada morador. “Inicialmente, serão acompanhados 24 horas por cuidadores e um técnico de referência, mas a dinâmica deverá mudar a partir das respostas apresentadas pelos usuários. Atualmente, eles não possuem vínculos que permitam o retorno às suas famílias de origem. No entanto, continuaremos trabalhando para que a reaproximação seja possível, no caso dos que ainda têm parentes vivos”, acrescentou.

Do Portal Pernambuco.com