O poder público ao lado dos cidadãos
A Prefeitura Municipal do Recife informou, segundo a imprensa, que vai se posicionar em relação ao caso envolvendo a possibilidade da construção de um shopping center no Parque da Tamarineira e a conseqüente desativação dos serviços de saúde em atividade no local. Essa decisão vai satisfazer, pelo menos em parte, reivindicação da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria (SPP).
No dia 02 de março as duas instituições questionaram, por meio de ofício, diversas autoridades municipais e estaduais sobre sua posição em relação à possibilidade da extinção dos serviços e, nesse caso, o que pretendiam oferecer como alternativa para os pacientes atendidos naquele complexo de saúde. A Prefeitura será a primeira a se manifestar.
A ABP e a SPP esperam que o poder municipal considere as graves implicações para a saúde dos recifenses no caso de as unidades de saúde sofrerem prejuízos. Também alertam para o irremediável dano ao patrimônio histórico do Estado, e da psiquiatria pernambucana em particular, na eventualidade de o Hospital Ulysses Pernambucano não ser preservado.
É fundamental que se observe as grandes necessidades da saúde pública pernambucana. Em especial na área de saúde mental elas são imensas, sobretudo com o aumento da demanda por tratamento para dependentes químicos observado há tempos e noticiado com mais atenção atualmente. O Estado deve assumir sua responsabilidade na oferta de assistência médica para a população e o caso envolvendo o Parque da Tamarineira se tornou simbólico para caracterizar sua ação ou omissão.
É inadmissível a interrupção de qualquer serviço de saúde pública no Recife e no estado de Pernambuco. Pelo contrário, é necessário investimento para aumentar e qualificar a rede. Em seu posicionamento, aguardado para o dia 08/06, é fundamental que as autoridades municipais indiquem sua disposição nesse sentido e anunciem medidas concretas para a revitalização do sistema. Não será aceitável um discurso limitado a intenções sem perspectivas de realização.
A Associação Brasileira de Psiquiatria e a Sociedade Pernambucana de Psiquiatria esperam que a Prefeitura Municipal do Recife se posicione ao lado dos cidadãos.
João Alberto Carvalho
Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria
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